<p>Cerca de 80 trabalhadores da empresa de plásticos Ibel - Irmãos Bernardes, S.A., vão ficar no desemprego. Esta segunda-feira, cerca de 60 foram levantar as cartas de despedimento. Numa região onde se fazem filas no Centro de Emprego, os trabalhadores mostram-se preocupados com o futuro.</p>
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Os relatos de desespero entre os funcionários que, na tarde de ontem, se deslocaram à Ibel, na zona industrial de Cesar, para levantar a carta para o Fundo de Desemprego, multiplicavam-se. "Tenho uma filha de quatro anos e um outro na universidade", lembra Jorge Pinheiro que, juntamente com a mulher, tinha na Ibel a sua única fonte de rendimento. O casal fica agora sem qualquer ordenado para a subsistência .
Também Maria Luísa, 45 anos, se mostra preocupada, dado quevai passar a contar apenas com o ordenado do marido, empregado na construção civil. "Gostava muito do trabalho que fazia, mas agora vai ser muito difícil conseguir novo emprego", recordou a operária que foi informada do despedimento pelos colegas de trabalho quando se encontrava de férias.
Desde 2006 que a empresa dava sinais de alguma fragilidade económica, alegadamente devido ao abrandamento das encomendas do sector automóvel, para onde a empresa efectuava cerca de 70% da sua produção.
Em Janeiro a empresa começou a ser gerida por um administrador judicial, depois de verificado o pedido de insolvência. Ainda se tentou viabilizar a empresa através da venda a um grupo francês, mas tal pretensão não se concretizou.
Na passada sexta-feira, os trabalhadores foram informados da intenção da empresa em despedir, no imediato, cerca de 60 trabalhadores. Ficam a laborar apenas 20 para darem resposta a algumas encomendas, mas também esses serão despedidos dentro de dois a três meses, de acordo com informações do advogado dos trabalhadores, Marcelino Nunes.
A empresa deve o subsídio de natal de 2007 e meio mês de Janeiro. Segundo as contas do advogado os trabalhadores reivindicam uma dívida global aproximada de 1,7 milhões de euros. A dívida à banca rondará os 3,5 milhões.