Novo sistema vai eliminar "autoestradas urbanas". Governo pretende melhorar mobilidade no distrito.
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O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, disse esta quarta-feira em Braga, que as obras de execução das duas primeiras linhas do sistema de Bus Rapid Transit (BRT) da cidade deverão estar concluídas no segundo semestre de 2026. A meta é menos otimista do que a da Câmara, que anteriormente dera conta que os autocarros rápidos poderiam começar a circular em 2025.
"Este é um programa importante para a política de descarbonização do Governo e para a melhoria da mobilidade desta região", afirmou Duarte Cordeiro, durante a apresentação pública do projeto de BRT em Braga, que tem um financiamento de 100 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O ministro considerou que este sistema de autocarros rápidos vai permitir "duplicar a atual velocidade comercial" e "demonstrar que o transporte coletivo pode ser uma verdadeira alternativa ao transporte individual", assumindo-se como "rápido, cómodo e acessível".
Duarte Cordeiro lembrou que, também hoje foram assinados protocolos para a realização de estudos técnicos do sistema de BRT entre Braga e Guimarães e para a definição de uma "estratégia de mobilidade sustentável para pessoas e mercadorias" no quadrilátero urbano (Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos).
"Temos consciência que o país não é todo igual e que há diferentes características. As assimetrias são reais, por isso temos de procurar agir para que deixem de influenciar o dia a dia dos cidadãos", garantiu.
Vias exclusivas
De acordo com o projeto, apresentado pelo administrador dos Transportes Urbanos de Braga (TUB), os autocarros rápidos circularão maioritariamente em vias exclusivas, cuja criação obrigará a "redesenhar" as faixas rodoviárias. Teotónio dos Santos disse que a implementação deste sistema contribuirá para a "eliminação das autoestradas urbanas" existentes nas avenidas Frei Bartolomeu dos Mártires, Padre Júlio Fragata, António Macedo, Imaculada Conceição, João XXI e João Paulo II. "Queremos eliminar as cicatrizes urbanas de uma cidade voltada para o automóvel", garantiu o administrador.
Segundo o administrador dos TUB, serão comprados 10 autocarros articulados, de 18 metros, todos com "capacidade acima dos 130 lugares". Cinco estarão numa das linhas e três na outra, havendo ainda dois de reserva. Serão veículos descarbonizados.
O presidente da Câmara de Braga sublinhou que a implementação deste sistema "não é um capricho, nem luxo". Para Ricardo Rio, trata-se de um investimento "fundamental" para responder a um "conjunto de problemas" que afetam a mobilidade da cidade.