Foram financiados quase 700 no país com mais de 150 milhões de euros. Municípios também investem
O que têm em comum um projeto no Douro que procura garantir que as crianças de realidades mais fragilizadas não abandonem a escola, que já chegou a mais de 200 crianças e quer crescer para outros concelhos; um projeto que já ensinou a milhares de alunos competências financeiras e os fez melhorar a matemática; um projeto que através do teatro fez com que 15% dos 19 mil alunos da Área Metropolitana do Porto abrangidos melhorassem as notas a português; ou um projeto de voluntariado que faz obras em casa de pessoas carenciadas procurando reconstruir vidas? São todos de inovação social e procuram dar respostas diferentes a problemas sociais.
Nos últimos seis anos, foram apoiados 694 projetos com 152 milhões de euros, sendo 100 milhões provenientes de fundos comunitários e 51 milhões de investidores sociais, desde empresas a fundações ou municípios. E são uma "arma poderosa" para mudar vidas e para a coesão territorial, afirmaram o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, António Cunha, e a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, na sessão "Inovação Social Região Norte, realizada esta quarta-feira, em Lousada.
"A inovação social é uma arma poderosa para a integração ativa e sustentável dando condições a idosos, adultos e crianças para consumar o seu potencial", defendeu António Cunha, realçando que é preciso aprofundar estas experiências e alargá-las a outros territórios. Prometeu ainda que continuará a haver, no Norte 2030, fundos para estes projetos.
A mesma garantia deixou a ministra. Ana Abrunhosa salientou que Portugal é "exemplo" europeu e que a ideia é que estas práticas, testadas neste "laboratório", possam depois ser transpostas para as políticas públicas. "É habitual associar fundos europeus a obras, betão e projetos de milhões, quando, muitas vezes, o que faz a diferença na vida das pessoas são estes projetos imateriais", frisou a governante.