A autarquia tirsense informou este domingo que, na sequência do incêndio que deflagrou em Sobrado, no concelho de Valongo, e alastrou à freguesia de Agrela, em Santo Tirso, morreram 54 animais, sendo que 110 cães foram retirados do abrigo com vida.
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Num esclarecimento publicado no site da câmara, confirma-se que as chamas atingiram um abrigo animal, matando 52 cães e dois gatos que lá se encontravam.
Além disso, refere-se que, quando o incêndio foi dado por dominado, já de madrugada, e na sequência do período de rescaldo, "foi possível retirar com vida 110 cães".
Neste momento, está em curso um plano para a retirada de outros animais daquele espaço, "de forma a garantir todas as condições de tratamento e bem-estar animal". De referir que, até agora, 13 animais já foram realojados no Canil/Gatil Municipal de Santo Tirso.
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A mesma nota esclarece que, dado o elevado número de animais em causa, "foram estabelecidos contactos com a Direção-Geral de Veterinária e com outros Municípios, no sentido de arranjar alternativa ao abrigo". Segundo a autarquia, o plano de retirada apenas foi executado este domingo porque, de acordo com as autoridades de proteção civil, "não estavam reunidas as condições de segurança para o realojamento dos animais durante a madrugada de sábado".
O município acrescenta ainda que teve, desde o início, "várias equipas no terreno a acompanhar o incêndio que se iniciou em Valongo e chegou à freguesia de Agrela, nomeadamente elementos do Serviço Municipal da Proteção Civil, Polícia Municipal, Serviço Municipal da Ação Social e Serviço Municipal de Proteção Animal".
Ainda assim, realça que, no teatro de operações, "a competência legal para a tomada de decisões é da inteira responsabilidade do Comandante de Operações de Socorro, pelo que ações como "a evacuação e/ou a interdição de entrada em determinados locais são executadas pelas forças de segurança, como, por exemplo, a GNR".
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Por fim, garante ser falso "que os Serviços Municipais de Proteção Animal tenham impedido a entrada de pessoas no abrigo de animais ameaçado pelo fogo".
Este domingo, vários populares e pessoas ligadas à proteção animal concentraram-se junto ao terreno onde funciona o abrigo, em plena serra da Agrela, para tentar resgatar cães e gatos a precisar de cuidados. Durante esta tarde, dezenas entraram à revelia da GNR.
De recordar que, em 2017, o Departamento de Investigação de Ação Criminal (DIAP) do Porto moveu um processo-crime a dois abrigos de animais em Santo Tirso após uma denúncia de maus-tratos a centenas de cães. Um deles era o "Cantinho das Quatro Patas", o abrigo atingido esta madrugada pelo incêndio.
Uma denunciante relatou na altura "um cenário dantesco": "cães acorrentados por todo o lado, saudáveis, doentes, novos, velhos, alguns que já desistiram da vida e estão apenas a aguardar que a morte chegue".