Os trabalhadores dos museus, palácios, monumentos e sítios arqueológicos, vão fazer greve na Páscoa para "exigir respeito pelos direitos", segundo os sindicatos do setor, que criticam a "falta de reflexo das receitas do turismo nas suas necessidades".
Corpo do artigo
Em conferência de imprensa, dirigentes sindicais representantes da cultura, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), criticaram também a falta de resposta do Ministério da Cultura às suas reivindicações.
Artur Sequeira, da FNSTFPS, recordou que o Governo "tem vindo a falar numa melhoria da economia do país, em grande parte devido ao aumento do turismo, com um aumento substancial das receitas de bilheteira e das lojas [dos museus, palácios e monumentos], mas não há qualquer reflexo desta melhoria nas reivindicações dos trabalhadores".
A greve nacional de trabalhadores dos museus, palácios, monumentos e sítios arqueológicos foi convocada para os dias 30 e 31 de março, período da Páscoa.
Os motivos da realização da greve nacional nestes espaços tutelados pelo Ministério da Cultura prendem-se, segundo os sindicatos, com, entre outros, a "falta crónica de pessoal e do recurso a precários para satisfazer as necessidades permanentes de trabalhadores, o direito ao gozo do feriado da semana Santa, ou a integração dos trabalhadores precários".
Também reclamam o pagamento imediato do trabalho suplementar, a reposição do pagamento a 100 por cento do trabalho em dias de feriado e fim-de-semana, a contagem de todo o tempo de serviço para progresso na carreira, independentemente do tipo de contrato de trabalho, o pagamento do abono por falhas, a regulamentação dos fardamentos, o fim do processo de municipalização e a reposição de carreiras especiais na área da cultura.
"Se há um aumento dos visitantes e das receitas de bilheteira e das lojas, também há condições para melhorar muitos dos aspetos da situação dos trabalhadores", defendeu Artur Sequeira.
De acordo com o dirigente, "tanto o ministro da Cultura [Luís Filipe Castro Mendes], como a diretora-geral do Património Cultural [Paula Silva], têm considerado estas reivindicações justas, mas nada se resolve, e não dão respostas".
"Por isso os trabalhadores dizem basta! E vão estar em greve para denunciar a situação em que trabalham, e exigir respostas às suas reivindicações", justificou, acrescentando que "falta vontade política".
No ano passado, a mesma organização sindical convocou uma greve no setor durante o período da Páscoa, exigindo a resolução de muitas destas questões.
Questionado pela Lusa sobre a adesão a estas greves no período da Páscoa, que se realizam há vários anos, Artur Sequeira disse que, em 2017, "teve uma adesão de 80 por cento a nível nacional".
Recordaram que "nenhum trabalhador em greve pode ser substituído" durante esse período para assegurar o funcionamento dos serviços.
Por outro lado, os dirigentes sindicais responsabilizam, desde já, o Ministério da Cultura, "pelas dificuldades que irão ser criadas aos visitantes" durante a greve.