O ex-ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho mostrou-se esta segunda-feira "satisfeito" com a sua absolvição dos crimes de difamação e ofensa à pessoa coletiva contra a Cunha Vaz, uma decisão judicial da qual a acusação vai recorrer.
Corpo do artigo
O Tribunal Criminal de Lisboa absolveu hoje o antigo ministro Manuel Maria Carrilho dos nove crimes de difamação e ofensa à pessoa colectiva, de que havia sido acusado pelo proprietário da empresa de comunicação Cunha Vaz & Associados.
Em declarações aos jornalistas, no final da sessão, Manuel Maria Carrilho disse estar "muito satisfeito pela absolvição de todos os crimes".
"Ao fim de todos estes anos é um grande alívio. Estou muito contente e sempre confiei na Justiça", afirmou o antigo ministro de António Guterres.
"Não foi reconhecida a quem se queixou qualquer indício que levasse a pensar em intenções difamatórias, pelo contrário, a minha ideia foi sempre a de que descobri na minha campanha um problema ligado com as agências de comunicação, muito em particular no que tem a ver com o direito à informação", acrescentou Carrilho em declarações à agência Lusa.
O antigo ministro da Cultura regozijou-se com o terminar de um processo de seis meses que, admitiu, "não foi nada agradável".
O advogado de Carrilho sublinhou ainda o facto de ter sido uma decisão unânime do colectivo de juízes, sendo prova de que "o nosso país está a evoluir no sentido de liberdade de expressão".
Por seu turno, o proprietário da Cunha Vaz, António Cunha Vaz, disse que irá recorrer da decisão judicial que não o surpreendeu.
"Já estava à espera deste desfecho, mas é claro que vamos recorrer", afirmou.
António Cunha Vaz disse ainda que "o arguido [Manuel Maria Carrilho] tem um problema de ego por ter perdido as eleições".
"Chamar corrupto e mercenário não é ofender. Foi dado tudo como provado mas foi absolvido. Disse que eu ando a comprar jornalistas, portanto podem passar no meu escritório para irem receber o cheque", ironizou.
A leitura do acórdão, que hoje se realizou na 2ª vara criminal do Campus de Justiça, deu conta de que "não foram provados os factos que poderiam condenar criminalmente" Manuel Maria Carrilho.
O processo foi movido pelo proprietário da Cunha Vaz, António Cunha Vaz, por afirmações proferidas por Manuela Maria Carrilho no livro "Sob o Signo da Verdade", no qual o ex-candidato à Câmara de Lisboa acusa a Cunha Vaz de comprar jornalistas e opinadores, justificando assim a sua derrota nas eleições autárquicas de 2005.