O professor universitário e membro do Conselho Nacional de Ética Agostinho Almeida Santos entende que dois médicos poderão decidir confirmar a morte do cantor e actor Angélico Vieira desde que declarada a falência do sistema nervoso central.
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Para este professor aposentado da Faculdade de Medicina de Coimbra, isso deverá ser decidido após a declaração de morte cerebral.
É necessário que isso seja confirmado por dois especialistas, normalmente da área da neurologia e dos cuidados intensivos - explicou, acrescentando ser esse o entendimento do Conselho Nacional de Ética.
"Têm de ter frieza de raciocínio, e não se deixarem envolver em aspectos emocionais", observou Agostinho Almeida Santos em declarações à agência Lusa, frisando que a sua decisão "não pode ser influenciada por situações exógenas".
No seu entendimento, esta é sempre uma situação complexa, sobre a qual "não se podem criar falsas expectativas aos envolvidos no processo".
Agostinho Almeida Santos diz que até poderá manter-se a máquina ligada mesmo que declarada a morte cerebral, mas o que poderá acontecer é haver uma falência gradual dos órgãos, do coração, dos pulmões, ou do fígado.
Ou um dia, como esses equipamentos são escassos, surgir um acidentado com maiores probabilidades de sobrevivência, e então o momento da decisão torna a colocar-se.