A Entidade Reguladora para a Comunicação Social(ERC)condenou o "Correio da Manhã" e a TVI por terem transmitido no passado dia 21 de Fevereiro imagens do homicídio de um homem testemunhado pela filha, uma criança de quatro anos, ocorrido em Oliveira do Bairro.
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O jornal vai ser obrigado a inserir numa das cinco primeiras páginas a recomendação com a crítica apontada pela ERC. Para a TVI, a deliberação parece mais pesada. Vai ser aberto um processo contra-ordenacional, do qual deve resultar uma multa.
Segundo Azeredo Lopes, presidente da ERC, a diferença de pareceres explica-se pela aplicação da Lei da Imprensa e da Lei da Televisão.
"O Conselho Regulador entende que a exibição do vídeo na edição online (do CM) e a publicação das imagens no jornal não são justificadas por interesse público noticioso", pode ler-se no documento, "tendo antes consistido na exploração de um acontecimento dramático violento e chocante, com a finalidade de impressionar". Entre outros argumentos, o "Correio da Manhã" aponta que "não se vê sangue nem o corpo a cair, ficando sem se perceber na realidade o que terá ocorrido". Outro ponto de vista tem a ERC: "O vídeo e as respectivas imagens comportam violência gratuita".
O processo da TVI parte de duas queixas de espectadores, sendo que um deles refere o facto de a peça ter sido exibida na abertura do noticiário sem qualquer aviso prévio, o que, no caso concreto, chocou as filhas menores. A estação alega a subtracção de imagens da vítima e do sofrimento. Mas a ERC considera a edição insuficiente, defendendo que "era possível contar a história sem exibir imagens do homicídio".