O Governo da Guiné-Bissau, em conselho de ministros, ordenou a suspensão do jornal 'Última Hora', órgão que acusa de atitude deliberada e reiterada para "denegrir a imagem do país e amesquinhar o desempenho do Governo".
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O colectivo governamental mandatou a ministra da Presidência do Conselho de Ministros e da comunicação social, Adiatu Nandigna, para accionar todos os mecanismos legais com vista a suspensão do jornal "Última Hora", recolhendo antes todos os artigos, que alegadamente atacam o governo.
Segundo o comunicado, o Governo não gostou particularmente da forma como o órgão do jornalista Atizhar Mendes abordou o caso relacionado com o assassínio do ex-presidente 'Nino' Vieira, a partir do relatório publicado pelo governo norte-americano que acusa o actual chefe das Forças Armadas, general António Indjai de ser o comandante dos soldados que mataram o politico.
A decisão de suspensão, a ser cumprida pela ministra da comunicação social, vem expressa no comunicado do conselho de ministros de sexta-feira, mas só foi publicado, esta segunda-feira, em Bissau.
No documento lê-se que o conselho de ministros analisou a questão que se prende com o facto de "certos jornais e rádios privados nacionais apostarem sistematicamente, talvez por encomenda, na divulgação de notícias que visam transmitir uma imagem distorcida da Guiné-Bissau e amesquinhar o desempenho do governo".
Para o executivo a acção desses órgãos de comunicação social visa também "desacreditar este governo e desestabilizar o país", facto que "é de se lamentar, quando o Governo se tem esforçado, tanto interna como externamente, para que o país consiga a tão desejada estabilidade".
A Liga Guineense dos Direitos Humanos condenou a decisão do governo de mandar suspender o jornal "Última Hora" e pede ao executivo que volte atrás.