O jornalista António Jorge Branco, um dos mais marcantes jornalistas da rádio em Portugal e um dos fundadores da TSF, morreu, esta segunda-feira, aos 74 anos.
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"Agridoce é a palavra justa. Era um dos poucos a quem se podia chamar mestre, era duro, era muitas vezes cru, não por negligência mas a aproximação dele crítica, implacável por vezes, era sempre resultado de um grande amor pelo ofício. Era um homem de paixão desvairada e a paixão dele tinha um nome, rádio", confessa Fernando Alves, jornalista e também ele uma das vozes mais conhecidas da rádio em Portugal.
António Jorge Branco, que actualmente não se encontrava no activo, foi responsável por programas como "Lendas e Calendas", "Portugal Passado" e "Dicionário da Rádio".
"Era um formador por excelência, ensinou a muitos de nós coisas, apetece dizer, tão formidavelmente simples que nem tinhamos dado por elas, eram evidências que não se tinham colocado diante do nosso olhar", recordou ainda Fernando Alves, em declarações à TSF.
O radialista foi também presidente do Conselho Deontológico do Sindicato de Jornalistas.
"Era um homem de construção, fez rádio num tempo difícil em Paris, no regime ditatorial, e conta-se que na altura do 25 de Abril, ele montou na mota e veio directo a Lisboa para ajudar (...) foi director adjunto da Emissora Nacional e era muito capaz de se escalar a si mesmo para fazer madrugadas quando não havia gente suficiente na redacção", acrescenta Fernando Alves.
O funeral de António Jorge Branco realiza-se na terça-feira na capela do cemitério novo, em Faro, informou a estação de rádio.
As cerimónias fúnebres do profissional decorrem na terça-feira, estando o velório marcado para as 12:00 e o funeral para as 15:00.