Presidente das Beiras e Serra da Estrela pede "bom senso" para evitar cortes na imprensa do Interior

"Nós também somos portugueses de primeira", diz Carlos Condesso, presidente da CIMRBSE, sobre os cortes na entrega de jornais no Interior
Foto: Direitos reservados
Carlos Condesso considera penalizadora a possibilidade de oito distritos ficarem sem jornais e revistas em papel. O autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, que preside à Região Beiras e Serra da Estrela, avisa que o Interior não pode ser abandonado e defende que a informação continua a ser um direito essencial.
A possível redução da distribuição diária de jornais e revistas no Interior pela VASP está a juntar vozes de protesto de várias regiões afetadas. Na região Beiras e Serra da Estrela, o presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo e da Comunidade Intermunicipal (CIMRBSE), Carlos Condesso, lamenta que o Interior volte a ser o primeiro alvo. "Eu considero penalizadora esta possibilidade para territórios de baixa densidade", afirma, sublinhando que as pessoas que ali vivem "também são portugueses de primeira".
Carlos Condesso reforça que o acesso aos jornais continua a ser fundamental para milhares de leitores. "A informação é um bom instrumento para a literacia e também se trata de um direito confissional", nota, defendendo que ninguém pode ser excluído deste direito básico.
Leia também VASP ameaça cortar jornais em oito distritos em 2026
Não há distâncias que justifiquem desigualdades
O líder da CIMRBSE rejeita que as distâncias justifiquem os cortes. "Hoje em dia não é tão longe como era há anos, temos boa rede viária, autostradas, já se percorre o país todo mais rapidamente. As distâncias são muito menores e aquilo que foi o corte das portagens também veio diminuir os custos da distribuição.", sublinha. E conclui: "Portugal é tão pequeno, do Interior para o litoral estamos a falar de cerca de duzentos quilómetros."
Carlos Condesso diz não conhecer os detalhes da situação financeira da distribuidora, mas insiste que o Interior "não pode ficar ao abandono". "Tem de haver solução, tem de haver bom senso, e mecanismos que respeitem as questões concorrenciais", defende, acrescentando que os municípios estão unidos "para que a imprensa chegue a cada cidade, a cada vila, a cada rua" dos distritos ameaçados.
Apesar das preocupações, mantém o otimismo: "Para tudo há solução, menos para a morte, por isso acredito que, com bom senso, se encontrará uma solução."

