A antiga directora do "News of the World", Rebekah Brooks, afirmou, terça-feira, a uma comissão parlamentar, que desconhecia a prática de escutas telefónicas ilícitas, mas admitiu saber que o jornal usava detectives privados.
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Rebekah Brooks afirmou que só depois de ter visto os documentos revelados durante o processo avançado pela actriz Sienna Miller, em Dezembro de 2010, é que se apercebeu da dimensão do problema.
"Na altura, pessoas do 'News of the World' (...) negaram repetidamente estas alegações em diversas investigações internas", afirmou aos deputados.
Admitiu também que o uso de detectives era comum noutros jornais, sobretudo no final dos anos 1990 e ano 2000, mas que depois parou.
"Sei que o 'News of the World' usava detectives privados, como todos os jornais", declarou, mas negou conhecer Glenn Mulcaire, o detective privado condenado em 2007 por ajudar um jornalista a escutar mensagens de empregados da família real.
Rebekah Brooks foi directora do semanário entre 2000 e 2003, a que se seguiram seis anos à frente do diário "The Sun", tendo depois sido promovida a presidente executiva da News International, a subsidiária da News Corporation para os negócios no Reino Unido.
Na sexta-feira, apresentou a demissão e, no domingo, foi detida e interrogada durante nove horas pela polícia no âmbito das investigações a alegadas escutas telefónicas e corrupção de polícias.
Sobre as relações com o primeiro-ministro, Rebekah Brooks garantiu que nunca visitou David Cameron em Downing Street, ao contrário do que se passou com Tony Blair ou Gordon Brown.
"Ouvi muita coisa que não é verdade", garantiu, desmentindo, por exemplo, a história de que teriam ido andar a cavalo juntos em Oxfordshire, onde ambos têm casas de campo. "A verdade é que ele é um vizinho e um amigo, mas eu considero a relação totalmente respeitável", vincou.