A Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard) negou este domingo que o seu comissário-chefe, Paul Stephenson, e sua mulher tenham beneficiado de uma estadia paga pelo jornal News of the World num "spa" de luxo.
Corpo do artigo
Vários meios de comunicação britânicos noticiaram hoje que as cinco semanas que Stephenson passou no 'spa' de luxo Champneys, em Hertfordshire (leste da Inglaterra), foram oferecidas por Neil Wallis, o ex-dircetor executivo do News of the World que foi detido na quinta-feira devido ao seu suposto envolvimento no escândalo das escutas telefónicas ilegais.
Neil Wallis, que era consultor de relações públicas do 'spa', foi também contratado como consultor pela Scotland Yard durante 12 meses, tendo-se demitido em setembro de 2010 devido ao escândalo das escutas.
Uma declaração da polícia admite que Stephenson não pagou a factura da sua estadia no 'spa' de luxo, onde recuperou de uma fratura na perna depois de ter sido operado a um tumor pré-cancerígeno.
A factura foi tratada pelo gerente do 'spa', Stephen Purdew, amigo pessoal do comissário da polícia, segundo as informações prestadas pela Scotland Yard e pelo próprio director da unidade hoteleira, que qualificou de interesseiras e sem fundamento estas denúncias.
Paralelamente, o grupo News International, do magnata norte-americano Rupert Murdoch, pediu hoje pelo segundo dia consecutivo desculpas na imprensa britânica pelo escândalo das escutas ilegais.
O News International, filial britânica do grupo global de Murdoch, News Corporation, realçou que "pedir desculpa pelos erros e solucioná-los são só os primeiros passos" e que vai colaborar com a investigação policial.
Já no sábado Rupert Murdoch pediu perdão numa mensagem pessoal publicada em sete jornais britânicos devido ao escândalo que lhe está a causar um sério prejuízo financeiro e que tem ainda implicações judiciais e criminais.
A crise surgiu por causa de escutas ilegais feitas durante vários anos a políticos, famosos e até vítimas de crimes pelo News of the World, que foram conhecidas pela primeira vez em 2006.
Porém, na semana passada, o caso ganhou nova dimensão ao ser divulgado que entre os telefones sob escuta estava o de uma vítima de homicídio e, desde então, Murdoch teve que fechar o jornal, desistir de uma Operação Pública de Aquisição (OPA) pela totalidade do canal de televisão britânico BSkyB e prescindir de dois dos seus executivos mais influentes.
O grupo News Corporation engloba meios norte-americanos como a Fox, o Dow Jones e o The Wall Street Journal, bem como os jornais britânicos The Times, The Sunday Times e The Sun, e ainda 39 por cento do canal televisivo BSkyB.
Hoje é o primeiro domingo em 168 anos que não se publica o tabolóide News of the World.