Três jovens estudantes viajaram da Covilhã para se econtrar com a caravana da CDU e animar com a sua música as arruadas do dia no Alentejo profundo.
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À hora marcada, lá estavam. Eram 10.30 horas da manhã, a praça em Alcácer do Sal já respirava música por todos os poros. Música beirã e transmontana em terra do distrito de Setúbal, música tocada por três jovens estudantes que viajaram da Covilhã para se encontrarem com a caravana comunista. Telmo, João e Emanuel deram música, animaram as arruadas do dia, iniciadas perto do Sado até ao Alentejo profundo: Aljustrel, Beja e Cuba, o grande bastião vermelho. Antes, passagem obrigatória por Grandôla. Dormiram três horas, dizem, estavam cansadíssimos, mas não lhes faltava a boa-disposição.
Os três amigos, todos estudantes, saíram de casa às cinco da manhã, fizeram-se à estrada "em ritmo calmo" - dizem eles - e em três horas já estavam em Alcácer do Sal e com os instrumentos em punho. Gostam da CDU, identificam-se com a causa comunista, sobretudo no que diz respeito às ideias relacionadas com a educação apresentadas durante a campanha eleitoral. "É um partido que defende os jovens. Um dos nossos problemas é o elevado custo das propinas nas escolas públicas - mil euros é muito dinheiro para a classe média. A educação devia ser gratuita e obrigatória", diz Telmo Valezim, 22 anos, estudante de marketing.
Definem-se como um grupo de música tradicional, que se iniciou nas campanhas eleitorais nas actuais legislativas, "uma experiência interessante", porque contactam "com o povo" como reporta Emanuel Aparício, estudante de electricidade. Antes, só tinham trabalhado com a CDU na "Festa do Avante!", - "está a ver, mais uma iniciativa do partido direccionada para os jovens", completa João Henriques, estudante do ensino secundário -, sendo que as indicações foram de tal forma positivas que se abriu uma oportunidade. Fizeram o périplo pelo bastião vermelho, mas cobraram dinheiro. Quanto? Não dizem. Amor partidário à parte, "a vida não está fácil". Por isso, até confessam que, "dependendo da proposta", não se importariam de fazer arruadas em partidos... de Direita.
Telmo, Emanuel e João gostam de rock, mas têm uma especial preferência pela música tradicional portuguesa, nomeadamente oriunda da região beirã e transmontana. "É uma música com muito power", diz Telmo, óculos escuros, cigarro escondido e a barba a romper.
À noite, fizeram-se à estrada, rumo à Covilhã.