Paulo Portas queima os últimos cartuchos pelos distritos de Lisboa e de Setúbal, com acções de mobilização, mais ou menos felizes, além da recolha de um apoio que já estava recolhido. Esta sexta-feira, sem que isso seja novidade, a campanha eleitoral quase se reduz ao seu lado <em>nonsense</em>.
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Arruada no Chiado. Bastante gente, muita confusão, centristas de Lisboa mobilizados para agitar bandeiras na descida das ruas Garrett e do Carmo, até ao Rossio. Funcionou bem: as arruadas, praticamente, só servem para serem vistas na televisão.
Antes, café na pastelaria Versailles, com António Bagão Félix, um independente que tem três coisas metaforicamente escritas na testa: o nome de um clube de futebol, a sigla de um partido que começa com C e acaba em S e o rótulo "evidentemente ministeriável". Ora, cumprindo o que vem sendo a lógica dos centristas, Bagão não responde directamente à probabilidade de ir para o Governo, mas diz bem da "coligação natural" à direita, advogando que o CDS não pode ter uma posição de subalternidade, até porque, diz, "é neste momento o partido mais amigo do futuro".
Antes ainda, uma acção que não terá sido a mais produtiva. Paulo Portas já deixou bem claro que apoia as escolas com contrato de associação, por considerar que prestam um bom serviço, em nome do Estado e nascido de um pedido do Estado, dando educação de qualidade, inclusivamente, a famílias carenciadas. Ou seja, estando a mensagem mais do que transmitida, não seria essencial ir ao Externato de Penafirme, no concelho de Torres Vedras, que está, bem ou mal, associado a incidentes com a campanha de José Sócrates.
Escusado era, também, estar sujeito a participar numa sessão em que adultos falaram, como adultos, para uma plateia cheia de crianças, arregimentadas para o efeito e com o beneplácito da dispensa de aulas, que em muitos casos, como pudemos constatar, nem sabiam muito bem explicar por que ali estavam. Arregimentadas pelas redes sociais ou pessoalmente, por colegas como a filha de Luís Marinho, que lidera o movimento "SOS" e que é do CDS, que, com apenas 12 anos, já diz ter consciência política para prometer a Portas o voto, daqui a seis anos.
Parece ser claro que Luís Marinho não fez parte do incidente com o PS, e uma confusão de perguntas irritou Paulo Portas. Mas é nítido que o movimento SOS e o externato criaram, ali, uma encenação que poderá não ser benéfica para o CDS.