O segundo dia do Rock In Rio foi o mais concorrido, com cerca de 83 mil pessoas a comparecerem ontem na Cidade do Rock. Limp Bizkit, Offspring, Linkin Park e Smashing Pumpkins fecharam segundo dia.
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Sábado, segundo dia do certame recebeu quase o dobro de populaça: 83 mil estiveram no Parque da Bela Vista para uma viagem musical de 12 horas. Se, no dia anterior, três em quatro pessoas foram lá para ouvir Metallica, sábado não parecia haver semelhante domínio de uma só banda - mas foi evidente que o público era de um faixa etária mais nova.
A perseguição aos brindes nos stands dos patrocinadores foi ainda maior, com filas mais compridas que o rio Nilo. Entre montanha russa e roda gigante, tipos mascarados de sapo e uma barafunda de presentes a cair do céu. Pelo festival podem ser avistados casos como baladeiros motards a cantar em cima de uma Harley Davidson, gente mergulhada em chocolate, cartomantes com o costumeiro paleio da treta ou um fulano parecido com o Ola John a equilibrar uma bola de cristal em cima do crânio.
Ainda o sol suspenso a oeste derramava clarão imenso quando os Limp Bizkit fizeram a sua aparição. A formação manobrou uma espécie de rap-metal com alguma fibra, ainda que amiúde parecesse música meio quadrada - mas o grande encanto do concerto residiu precisamente no público. Vislumbrar tudo aquilo de um ponto alto afigurou-se experiência prazenteira: a ampla horda jovem pinchava que nem doida e abriam-se clareiras onde a dança assumia especial impetuosidade. Pelo meio dezenas de copos de cerveja faziam voos em diagonal - eram projetados pela plebe endiabrada pelo desempenho do guitarrista, músico jovial cromo que adota um visual de espécie de monstrinho mergulhado em Maizena.
Seguiram-se os Offspring, que protagonizaram um concerto perante uma vastíssima turba de fãs, que esperavam os Linkin Park e os Smashing Pumpkins para a multidão tripar junta no escuro de mãos erguidas a ouvir aquela música maluca sempre a subir.
O Rock In Rio regressa na próxima sexta-feira, início dos três últimos dias.
Na noite de sexta-feira, a maior banda de heavy metal da história - Metallica - disseminou bordoadas elétricas de impressionante envergadura. "Hit the lights"e "Master of Puppets" foram o início de uma catadupa de 20 peças incendiárias e onde nem foi esquecida a revisitação ao total repertório do "Black Album, do qual celebraram duas décadas.
A despedida deu-se com "One" e a formidável "Seek and destroy" com direito a fogo de artifício a estalar no céu. Final triunfante de um concerto que depositou um zumbido anestésico em 42 mil cabeças.