<p>O PS quer mostrar "profunda unidade" na campanha e está a mobilizar todas as suas figuras históricas para derrotar o "Estado mí-nimo do PSD". Ontem, sábado, Alegre discursou em Coimbra. Hoje, no Porto, será a vez de Mário Soares.</p>
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O dirigente histórico do PS - que, nas últimas presidenciais, se candidatou à Presidência contra a escolha do partido, Mário Soares e que, "por vontade própria", não integra agora as listas do partido - esteve ontem no pavilhão da Académica, em Coimbra, para "afirmar a unidade do PS no essencial": derrubar a Direita. "Mais do que as nossas diferenças de opinião", disse Alegre, referindo-se às suas posições contrárias a orientação do partido, "o que está em causa nestas eleições é impedir que haja um Governo de Direita que rasgue as políticas sociais e instaure um Estado mínimo para os pobres e um Estado máximo paraos poderosos".
"O regresso deste PSD seria uma regressão na economia, nas políticas públicas, nos apoios sociais e na qualidade da democracia", disse, considerando que "a lógica do Estado mínimo traz asfixia social" e, com ela, "asfixia democrática", numa referência ao tema introduzido pelo PSD.
Num comício muito participado, onde estavam outros "históricos" como Edmundo Pedro e António Arnaut, Alegre disse que é também pelo Serviço Nacional de Saúde que está nesta campanha. Criticou o PSD por não ter "uma única referência" ao SNS no seu programa e disse que "essa omissão é, em si mesma, um projecto político para a saúde".
Antes, já Ana Jorge, ministra da Saúde e cabeça de lista do PS por Coimbra, alertara que "se o PSD ganhar as eleições, é garantido o fim da saúde para todos". "Não podemos permitir políticas de incerteza ou recuo em matérias tão importantes como a saúde", disse.
Alegre agradeceu a Ana Jorge "tudo o que tem feito para preservar o SNS" e garantiu que, com ela, "o SNS permanecerá", não será "distorcido" e "entregue a privados". Apontando as diferenças entre PS e PSD, insistiu que "o mundo não precisa de mais Direita no poder", precisa de "um Governo de Esquerda, da Esquerda possível, e esse Governo é o PS". Ferreira Leite mereceu ainda outra crítica: "Um Governo presidido por uma pessoa que reduz o casamento à procriação seria um retrocesso civilizacional".
Sócrates agradeceu a presença de Alegre, "sinal claro de unidade do PS". E, antes de anunciar a presença de Mário Soares no comício de hoje, no Porto, fez pela primeira vez um apelo à concentração de votos no partido.