O candidato socialista a um novo mandato na liderança da Câmara de Lisboa, António Costa, propôs, como medida para o próximo mandato, a estabilização das reduções do quadro fiscal, para incentivar a fixação de famílias e empresas.
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Em novembro, por unanimidade e depois de uma discussão com os diferentes partidos, a Câmara de Lisboa decidiu reduzir as taxas municipais de IRS e IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) e IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis) e isentar os pequenos comerciantes de outras taxas municipais.
Esta segunda-feira, durante a apresentação da comissão de honra da recandidatura do PS à Câmara de Lisboa, António Costa propôs "estabilizar as reduções do quadro fiscal, para incentivar a fixação de famílias e empresas".
O socialista explicou que o programa de governo de Lisboa que propõe "assenta na continuidade de uma atitude de rigor com responsabilidade social".
No sentido desta "atitude", António Costa defendeu ainda a poupança "no funcionamento [do município] para investir na cidade", a normalização de prazo de pagamentos, o respeito pelos limites de endividamento, a mobilização de financiamento comunitário e a promoção da cooperação.
Por outro lado, o autarca recusou um "futuro de emigração" e defendeu a atração e fixação de talentos, "acrescentam valor à geração mais qualificada que o país já produziu". Essa, afirmou, "é a geração que pode resgatar o país do défice de desenvolvimento que o empobreceu durante décadas".
Para isso, António Costa sublinhou o incentivo ao empreendedorismo e o investimento na cultura, na educação e na formação.
O candidato voltou a enfatizar como prioridades para um próximo mandato a descentralização de competências para as freguesias (prevista na reforma administrativa), a defesa da gestão municipal (e ao nível da Área Metropolitana de Lisboa) dos transportes públicos e do policiamento do trânsito, a criação de 'uma praça em cada bairro', a melhoria da higiene e da limpeza na cidade, a acessibilidade pedonal e uma nova geração de políticas de habitação viradas para o arrendamento.
A cabeça-de-lista do PS à Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, defendeu a importância de uma maioria também naquele órgão (onde o PSD é o partido com maior número de deputados), para uma "melhor governabilidade" da cidade.
Na sessão estiveram presentes o ex-primeiro-ministro José Sócrates, o antigo presidente da República Jorge Sampaio, os atores Herman José e Beatriz Batarda, a presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Rio, o professor António Sampaio da Nóvoa, personalidades que fazem parte, entre outros, da comissão de honra da candidatura do PS.