<p>Se entraram para o estúdio em empate técnico, nenhum saiu do debate da SIC totalmente vencedor. Sócrates esteve sempre ao ataque mas Ferreira Leite nunca o deixou sem resposta. Claro ficou que este PSD não se aliará a este PS. </p>
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Ficou claro que não haverá entendimento entre o PS e o PSD, liderados pelos actuais candidatos. Soube-se ainda que ambos ficarão no Parlamento, se perderem. Mas não ficou a saber-se qual será o modelo da governabilidade, em caso de sair um governo minoritário das eleições de dia 27.
Manuela Ferreira Leite garantiu não ter "a mínima das hipóteses" de se "entender em termos políticos com José Sócrates". E esclareceu que não pede maioria absoluta por "não estar convencida" de esse ser o melhor modelo. Contudo, disse esperar que o PS não inviabilize, "como o PSD fez no tempo de Guterres", a aprovação do Orçamento de Estado de um executivo minoritário social-democrata.
Sócrates esquivou-se ao tema, dizendo que não anteciparia cenários porque não queria exercer pressão no eleitorado. Mais claro, acabou por ser quando a pergunta foi se manteria na Educação Maria de Lurdes Rodrigues. "Será um novo Governo com ministros novos". Antes tinha sido acusado pela adversária de ter contribuído para afastar do ensino os professores mais qualificados.
Logo de início, Sócrates mostrou que tinha uma estratégia - o ataque. Atacou a candidata social-democrata em toda a linha: Pelo passado; pelas contradições entre posições assumidas no Governo e na Oposição; pelos "apagões" do programa eleitoral do PSD; pela "intolerância" em relação a quem tem opiniões diferentes.
Manuela Ferreira Leite revelou que estava preparada para esses ataques e respondeu sempre taco-a-taco. Chegou ao ponto de lembrar que era Sócrates quem estava a ser julgado. Porque, disse, "eu nunca fui primeira-ministra".
O candidato socialista começou o debate a marcar pontos a seu favor. Logo no início, fez questão de ser ele a falar da "asfixia democrática". Assumiu ter "a vaidade do cidadão médio, porque quero que apreciem o que fiz e orgulho-me de ter melhorado a qualidade da democracia", para, a seguir, considerar "incompreensível" dar como exemplo de democracia a Madeira. A resposta de Ferreira Leite foi frouxa e difusa quando a moderadora, Clara de Sousa, falou da inclusão de arguidos na lista do PSD. "Não falou de casos de justiça". E tentou pôr ponto final no assunto.
Tema a tema, Sócrates foi tentando demontrar que a política proposta pelo PSD é conservadora e anti-social. Ferreira Leite acabaria por responder sempre com um mesmo argumento, o de que a situação do país é economicamente grave, que as soluções do PS são erradas.