A família Campanisa ocupou uma mesa inteira no almoço que o PS promoveu ontem, segunda-feira, em Beja.
Corpo do artigo
Pai, mãe, dois filhos, duas noras e dois netos chegaram cedo para arranjar um bom lugar e dar o seu apoio ao PS. António Campanisa, 70 anos, 1.º sargento do Exército reformado, não é filiado no partido. Mas garante que, desde que lhe iluminaram a rua onde vive, em Fonte do Mouro, ficou para sempre fiel ao PS. Foi há 12 anos, quando António Saleiro era governador civil do distrito, e António Campanisa nunca se esquece da data. "Todos os anos, no dia 18 de Maio, compro foguetes e lanço para comemorar a data em que acenderam a iluminação", diz, apressando-se a reforçar: "Eu tenho que votar nesta gente porque me fizeram bem a mim e a mais de 150 pessoas que vivem naqueles 15 montes". Ontem, António Campanisa agarrou em três bandeiras do partido - uma verde, uma vermelha e uma amarela da Juventude Socialista - que vai hastear bem alto no seu monte, ao lado da bandeira nacional. Espera que possa convencer outros a votar no PS. "Espero que toda a gente vote outra vez que é para ele lá ficar"
Ontem, quando Sócrates chegou ao almoço no pavilhão da NERBE - atrasado, visto que esteve toda a manhã em Lisboa a dar uma entrevista e a gravar a sua participação no programa dos "Gatos Fedorentos" - já as centenas de militantes e simpatizantes tinham comido a sopa de legumes e o ensopado de borrego com batatas. Mas receberam-no com entusiasmo e Sócrates agradeceu por "ver o partido em Beja animado e com força". "Quanto mais a luta aquece mais força tem o PS", gritou, afirmando que pode olhar os alentejanos "nos olhos" porque fez "tudo" o que se comprometeu com a região. Luís Pita Ameixa, deputado do PS que volta a encabeçar a lista pelo distrito, garantiu-lhe que os alentejanos saberão retribuir no próximo dia 27, dando-lhe a "maioria absoluta" no distrito. Isto é, mantendo dois dos três deputados do círculo (o outro é do PCP). E foi aos comunistas que Pita Ameixa apontou baterias: acusou o partido de ser "uma força inimiga das soluções" e até denunciou a utilização, na véspera, de autocarros do município (desde sempre liderado pela CDU) para levar militantes ao comício de Jerónimo de Sousa, em Évora.