Candidata do PS à Câmara do Porto acredita que Rui Rio só fica "a 100 por cento" na cidade até Maio, altura em que formalmente termina o mandato de Manuela Ferreira Leite como líder do PSD.
Corpo do artigo
"Quando vejo cartazes a dizer 100 por cento no Porto, o que penso é que deve ser até Maio, altura em que Manuela Ferreira Leite vai ser apeada", observou Elisa Ferreira, à margem de uma conferência de imprensa dedicada a apresentar propostas para o Ambiente.
Rui Rio, candidato à autarquia e vice-presidente do PSD, já disse que a liderança do partido não está nos seus planos, mas Elisa Ferreira lembra outras promessas não cumpridas.
"Em 2001, Rui Rio também disse que não ia demolir o Aleixo. Por isso, quando ele diz que vai ficar aqui... Isto denota é uma fragilidade muito grande de um projecto esgotado em termos de ideias e de equipa", defendeu a candidata.
Elisa Ferreira reagiu, desta forma, à pergunta dos jornalistas sobre a possibilidade de ser penalizada nas eleições por ser eurodeputada.
"O que importa é quem tem um projecto novo para a cidade, não o que eu, ou o doutor Rui Rio, vamos fazer se perdermos. Este é um problema que surge porque se aproxima o último mandato de um homem que, basicamente, só é conhecido por fazer política", criticou.
Sobre os resultados de domingo, Elisa Ferreira diz estar optimista, devido à "receptividade nos bairros", e lembra que não anda "na rua a dizer adeus de uma camioneta".
"Ando cá em baixo a ouvir as pessoas", frisou, referindo-se ao facto de Rui Rio fazer campanha num autocarro aberto.
A entrevista do candidato do PSD ao jornal 24 Horas, e a declaração "Essa senhora não percebe nada disto" também mereceu os comentários da candidata do PS.
"O insulto é a arma dos fracos. Não cometo a indelicadeza de comparar o meu currículo com o de Rui Rio", observou Elisa Ferreira, considerando que "qualquer emigrante português tem mais mundo do que Rui Rio".
Propostas de Ambiente
A candidata falou hoje, quarta-feira, na necessidade de retomar a monitorização da "instável" escarpa das Fontainhas e "apresentar uma solução para robustecer as casas dos moradores ou mudá-las para zonas próximas".
Elisa Ferreira, que já foi ministra do Ambiente, apresentou uma série de outras propostas para esta área: a criação de uma carta de ruído, a conclusão da rede de saneamento da cidade, a substituição das tubagens antigas em várias zonas do Porto e a despoluição das ribeiras.
"Foi feita a requalificação da superfície de várias ruas, apressadamente, para as eleições e, por baixo, temos tubagens em risco de ruptura - na Avenida dos Aliados, na avenida Fernão de Magalhães, rua Pedro Hispano, do Almada e Sá de Noronha, entre outras", alertou.
Elisa Ferreira diz, ainda, que o Porto "tem ribeiras que continuam a ser canos de esgoto" e que "estão a entrar, sem tratamento, na ETAR de Sobreiras", pondo em causa o seu funcionamento.
A candidata critica que, perante tanto trabalho necessário, a empresa Águas do Porto tenha sido destacada para "fazer pavimentações eleitoralistas e ciclovias".