Festival nortenho bateu recorde de assistência. No Sul, recuperou-se público.
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Para crescer, o Marés Vivas, em Gaia, tem de mudar de local. O Super Bock Super Rock (Porto e Lisboa) tem já assegurada a edição do próximo ano, apesar das dificuldades deste. Ambas as edições 2009 dos festivais terminaram ontem, domingo.
A edição mais concorrida do Marés Vivas terminou com boa onda e casa cheia. Graças a um cartaz heterogéneo, ao longo de três dias, mais de 60 mil pessoas de gerações e escalões sociais diferentes passaram por Vila Nova de Gaia. A boa disposição dos presentes ficou no ar.
Em termos cénicos, o local é excelente: na margem do Douro e com vistas privilegiadas para o pôr do sol na foz e o Porto nocturno. Todavia, se quiser continuar em crescendo, o Marés Vivas terá de mudar de casa. Como na madrugada de ontem ficou comprovado, com 26 mil pessoas, as coisas ficam um pouco caóticas e o espaço escasseia. Cabe aos responsáveis decidir se querem dar um passo em frente e rivalizar com os grandes festivais nacionais ou, então, permanecer em Canidelo com um evento de média-alta dimensão, que também não é nada de desprezar. Gabriella Cilmi e Colbie Caillat abriram a noite com dois apelativos concertos. A primeira com uma tónica animada e a segunda num registo mais intimista.
Jason Mraz deu o melhor concerto da noite. Com fortes influências reggae, soul e funk, o americano, sempre apoiado pela sua excelente banda, conseguiu pôr as 26 mil pessoas do recinto a dançar e a cantar, sempre de sorriso nos lábios. Sem falhas a apontar e conquistando inúmeros aplausos. Os Keane fecharam a noite com um bom concerto, que pecou um pouco por falta de improviso e espontaneidade.
A sul, no Estádio do Restelo, em Lisboa, o segundo acto do Super Rock correu da melhor maneira, uma semana após o cancelamento dos Depeche Mode no Porto.
Cerca de 32 mil pessoas marcaram presença para uma maratona de rock que teve o seu auge na estreia dos norte-americanos The Killers em Portugal. A banda de Brandon Flowers assinou uma actuação convincente que não desiludiu os fãs e em que não faltaram os grandes êxitos, como "Somebody told me", "Losing touch" ou "Spaceman".
Horas antes, a cantora Duffy também destilou encanto com a sua proposta vagamente soul, ainda que muitos tenham achado o concerto demasiado curto - impõe-se um regresso a uma sala fechada.
A recta final da 15ª edição do festival foi também um êxito a nível organizativo, sendo visível um salto qualitativo de toda a estrutura do certame. Ficou a impressão de que o Estádio do Restelo reúne excelentes condições para receber certames desta génese.
Em suma, dir-se-á que o segundo acto do Super Rock foi um êxito. Segundo o organizador, Luís Montez, disse, ao JN, a 16ª edição está já assegurada para o próximo ano.