Humor é o mais recente palco da exposição mediática a que os candidatos não resistiram. Veja um excerto da entrevista de Ricardo Araújo Pereira a José Sócrates.
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O humor tornou-se, desde ontem, mais um dos meios utilizados pelos candidatos para atingirem o fim - o de conquistar mais votos no dia 27. José Sócrates foi o primeiro a participar no "Esmiúça Sufrágios", o novo programa dos "Gato Fedorento".
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Eles fazem tudo para serem vistos e ouvidos. Por isso, é sem surpresa que os vemos sujeitarem-se à exposição humorística em televisão. Mas há riscos nessa opção. O aviso foi deixado por Paquete de Oliveira. Ao JN, o sociólogo da Comunicação chamou à atenção para a necessidade de os políticos calcularem bem os riscos. "Não vá haver algum défice humorístico". O sociólogo considera, no entanto, "coerente a participação dos candidatos nesse veículo de comunicação, uma vez que os políticos têm usado todos os meios que lhes são postos à disposição para fazerem passr a mensagem".
Descrente do impacto do programa nas opções dos eleitores, "a não ser que aconteça algo completamente imprevisível", Manuel Pinto, investigador do departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, disse ao JN ser "saudável que a política não seja confundida com a sisudez com que se identificam os políticos, sempre muito graves e muito sérios". Na sua opinião, "é bom provocá-los e é positivo que o humor esteja presente na política".
Ainda antes de o programa ser emitido, no final da gravação (ver texto ao lado), José Sócrates confessou gostar de humor "com inteligência e non sense", e disse aos jornalistas estar satisfeito com a sua participação nos "Gato Fedorento". Seguiu-se a frase da praxe: "É preciso não perdermos a capacidade de nos rirmos de nós próprios".
Em resposta, o humorista/entrevistador Ricardo Araújo Pereira afirmou acreditar na sinceridade do líder socialista. "Mas com estes políticos nunca se sabe".