O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou hoje que é prematuro falar em coligações, reiterando que a CDU está indisponível para acordos "sem mudança de política".
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Instado pelos jornalistas a esclarecer se está disponível para acordos pós-eleitorais, Jerónimo de Sousa afirmou que "não podemos pôr o carro a frente dos bois".
"Ainda falta votar, o povo português ainda vai ter que decidir, sustentou, à margem de uma iniciativa de campanha em Vialonga.
O líder da CDU não quis comentar as declarações do ex-Presidente da República Mário Soares, que no domingo disse não lhe repugnar uma coligação PS/Bloco de Esquerda.
"Pelo Bloco falará o Bloco, pelo PS fala o PS. A nossa posição é clara. Sem uma mudança desta política, bem podemos estar a discutir jogos de poder, partilha de lugares", afirmou, defendendo que o importante é discutir "política, o que se quer para o país, o rumo da política nacional".
"Já se está a antecipar, a contar com o quê, com votos, sem saber como é que o povo vota?", perguntou, respondendo em seguida: "Não nos devemos precipitar. Deixemos o povo livremente assumir as suas opções, depois se verá em conformidade com a relação de forças e em conformidade com o que se quer fazer no plano político".
Jerónimo de Sousa sublinhou que "uma das grandes diferenças" do PCP é o facto de não ter a ambição do "poder pelo poder".
"Um dia quando o povo entender, participaremos num governo de esquerda, com uma política de esquerda. Não num governo em que, por razões de arranjos e circunstância, queiram apenas partilhar o poder e não resolver as questões nacionais, aquilo que aflige o povo", disse.
Para o líder comunista, há uma "barreira intransponível": "Sem mudança de política, não contem connosco", frisou.