<p>No penúltimo comício da CDU, o candidato Jerónimo de Sousa procurou captar o voto dos indecisos e criticou o PS e o PSD, considerando que “o país está farto de maiorias absolutas”. Foi um dos temas chave do discurso proferido no Campo Pequeno, em Lisboa, perante a presença de sete mil militantes, segundo revelou a organização. “Essas maiorias que promovem a tal estabilidade para os grandes negócios e tornam instável, insegura, incerta, se não mesmo insuportável, a vida de milhões de portugueses”, disse em ataque cerrado a José Sócrates.</p>
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O secretário-geral do Partido Comunista Português acusou o Partido Socialista de “soberba arrogância”, um partido “enfunado pelas sondagens” recentes que dão uma vitória ao actual executivo. “A soberba arrogância que nos últimos dias invandiu a sua campanha para se perceber quantas arrogâncias mais os trabalhadores e o povo português terão de suportar se domingo à noite PS e Sócrates vissem premiadas as suas desastrosas políticas”, adiantou Jerónimo de Sousa perante uma plateia entusiasta.
O candidato sublinhou a CDU como uma força de esquerda, cujo voto “não servirá de muleta a uma qualquer política que não rompa decididamente com o rumo e as opções que têm dominado a acção de sucessivos governos, quer do PS quer do PSD”. O tema do défice também marcou o discurso político, levando, actualmente, o PS a “um religioso silêncio acerca de quem vai pagar a factura” das contas. “Este silêncio tem água no bico. Este silêncio não é sério, porque esconde deliberadamente o que de novo preparam se tiverem força de votos para isso”.
Dentro dessa linha de pensamento considerou que o PS “copia a direita e torna inútil o voto do povo”, sublinhando que se trata de uma “esquerda que abre garrafas de champanhe por cada privatização”. Por isso acusou os socialistas de uma “esquerda faz de conta que acena com o papão da direita para que a sua política sobreviva”. Jerónimo de Sousa adiantou que o voto na CDU “é decisivo” para os eleitores socialistas que andam “desencantados com o engano de há quatro anos”.