Jerónimo de Sousa lançou na noite deste sábado em Beja, um forte apelo a Cavaco Silva para este se "colocar ao lado do povo" em vez de "criar cortinas de fumo" para defender o Governo, convocando um "fictício" Conselho de Estado.
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Num discurso muito aplaudido por largas centenas de militantes comunistas, Jerónimo apelou e justificou que o povo "deve participar" na greve geral de 27 de Junho, como forma de "derrubar" o Governo que enquanto estiver no poder, "vai destruir o mais que puder", enfatizou.
Falando na apresentação dos candidatos da CDU à Câmara de Beja nas próximas autárquicas, o secretário-geral do PCP lançou o repto ao Presidente da República para este assumir "a derrota do Governo e das suas políticas", e que este prepara com a troika um novo programa de "terrorismo social contra os portugueses", justificou.
Jerónimo de Sousa, acusou o Governo de "brincar" ao abrir à discussão pública "decisões que já tomou", acrescentando que "depois de decidir vai ouvir os outros". "O Governo devia ouvir o povo e não ao contrário", disse.
O líder comunista acusou Passos Coelho de fazer "jogo duplo e de farsa" com a troika, criando uma "cortina de fumo" destinada a "empobrecer" o povo, contando com o apoio do Presidente da República. Jerónimo foi mais longe ao culpar o Primeiro-ministro de "brincar com os reformados" ao dizer "sem se rir" que só 10% foram atingidos com as mais recentes medidas tomadas pelo Governo.
Para o secretário-geral do PCP, os comunistas pecaram "por defeito" e não por "excesso" nas críticas sobre as políticas levadas a cabo pelo Governo. Jerónimo de Sousa justificou que depois de dois anos de "política de terra queimada", agora falam numa "operação viragem", como se Portugal e os portugueses fossem viver dias melhores.
Falando depois do candidato a presidente à Câmara de Beja e de Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista "Os Verdes", Jerónimo disse que "nunca" umas eleições autárquicas "foram tão importantes" para o país, justificando que podem levar à queda da coligação PSD/ CDS e a novas eleições legislativas.
Heloísa Apolónia corroborou as palavras do comunista ao dizer que "eles (Governo) precisam de um país empobrecido para aplicar o seu plano ideológico escondido nas eleições", justificando que as autárquicas "são importantes" por se tratarem das primeiras eleições depois da chegada da troika e que o Governo "fará uma leitura com a derrota que vai ter", concluiu.