O líder comunista advertiu, esta sexta-feira à tarde, que a Direita não terá força social suficiente para impor as medidas de austeridade, mesmo que tenha votos para ser Governo.
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Questionado, após um almoço em Palmela, sobre as sondagens que indicam um crescimento dos partidos de Direita, Jerónimo de Sousa começou por culpar o PS, que "foi assando as castanhas, queimando os dedos e permitindo que a Direita as coma". Invertendo a ideia, insistiu que o PSD revelou uma "táctica eleitoral inteligente" ao culpabilizar os socialistas. Dito de outra forma, "conseguiu comer as castanhas sem queimar os dedos".
Interessante para o líder comunista é, também, "ver Belmiro de Azevedo, que em tempos apoiou o PS", apoiar agora o PSD. Jerónimo sublinhou que, mesmo que a Direita tenha mais votos nestas eleições, não terá "força social suficiente para impor essas medidas draconianas" que estão previstas.
"A Direita social não chega para ter essa força social", reforçou o candidato da CDU, lembrando que, ao longo das três últimas décadas viu "grandes maiorias absolutas".
"Já experimentaram todas as formas, mas, passados uns meses, perante a luta social, acabaram por ser derrotados", destacou Jerónimo, prometendo luta após as eleições de domingo.
"Estamos convictos de que isto não vai acabar dia 5", assegurou, após já ter apelado à reacção dos portugueses que se sentirem "enganados". Se PS, PSD e CDS pensam que, "votos contados e arrecadados, tudo vai ser como um passeio pela alameda estão enganados".
"A luta social abre contradições no seio de partidos que se coligam para fazer política de Direita", explicou, igualmente, Jerónimo de Sousa. E "essas contradições são resultantes da redução da base social" perante medidas "negativas e impopulares".
Quanto às notícias sobre a repartição de ministérios entre os partidos da Direita (três para o CDS), o líder do PCP disse que "estão mais preocupados em distribuir postas e pastas do que em encarar os desafios". "Pasta a mim, pasta a ti", ironizou Jerónimo.