<p>Francisco Louçã acusa José Sócrates de ter um "capítulo secreto" no programa eleitoral do PS: as privatizações da EDP, Galp e Águas de Portugal. </p>
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O Bloco de Esquerda defende as nacionalizações em sectores estratégicos.
Francisco Louçã acusou ontem o PS de ter "um capítulo secreto" no seu programa eleitoral relativo à privatização da Águas de Portugal (AdP) e de outras empresas públicas.
"O PS neste programa tem um capítulo omisso, um capítulo que desapareceu, um capítulo secreto que é não há uma palavra sobre as privatizações em lado nenhum. Ora, o PS tinha previsto privatizar o resto da EDP e da Galp, as Águas de Portugal e outras empresas essenciais, como a REN", afirmou Francisco Louçã, após ter sido recebido pela Administração da AdP.
No mesmo sentido, o líder bloquista prometeu também combater o que considerou ser a intenção do PSD de privatizar a empresa.
"Há um problema essencial de estratégia da economia do país: no mandato anterior com maioria absoluta, o PS tinha previsto privatizar as águas de Portugal e agora a doutora Ferreira Leite quer privatizar as águas de Portugal. Isso seria uma tragédia porque significava que as pessoas tinham que pagar os custos diferenciais", disse.
E acrescentou: "Quero opor- -me à política do PSD que é entregar aos privados, tirar a todos aquilo que é de todos e entregar só a alguns".
Para Francisco Louçã, a água é "um serviço público essencial" e deve, por isso, "dirigir-se a todas as pessoas", uma garantia que não se manteria em caso de privatização da AdP.
"Esta é uma das grandes discussões da economia do país (...) se quisermos aceitar que um português possa pagar três vezes mais do que outro pelo mesmo serviço, que faz parte das suas condições de vida, então a privatização é uma solução. Se queremos, por outro lado, democracia económica (...), a água deve ser um serviço público", enfatizou.
Denunciando o "grande partido que é o polvo dos negócios", Francisco Louçã propôs a "desprivatização de áreas essenciais" como a água, a energia e ou outras que se enquadrem nos "sistemas essenciais para a vida das pessoas".
"Uma boa estratégia seria, protegendo o serviço público, rejeitando a privatização - que se percebe bem que é um negócio que vale 60 milhões de euros, muito mais de pudessem aumentar as tarifas -, e ter uma estratégia social - há países que garantem 30 ou 50 litros de água gratuitos para todas as pessoas e depois tarifas diferenciadas", contrapôs Francisco Louçã.