O coordenador do BE classificou a venda da Galp ao grupo Américo Amorim como o "novo mistério da Rua de São Bento", em resposta a declarações de José Sócrates publicadas hoje, domingo, na entrevista ao Diário de Notícias.
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"Ele critica o BE por causa da Galp, mas nessa crítica acrescenta o que nunca tinha dito, e agora há a pairar na sociedade portuguesa, para lembrar o título de um livro de Eça de Queirós, um novo mistério, é o mistério da Rua de São Bento", ironizou, durante um almoço/comício na zona de Santarém.
Francisco Louçã citou a entrevista do secretário-geral do PS ao "Diário de Notícias" para sustentar o seu raciocínio.
"[José Sócrates] Vendeu ao Amorim porque este Governo, e estou a citá-lo, se limitou a agir de forma patriótica e a impedir que a empresa passasse, como estava tudo preparado, para as mãos dos italianos. Estes italianos, perigosíssimos, compraram um terço da Galp porque um determinado ministro, chamado Pina Moura, de um Governo em que estava um outro ministro que se chama José Sócrates, aceitou que eles ficassem, perigosíssimos como são, com um terço da Galp", assinalou Francisco Louçã.
O líder do BE fez ainda notar que o Governo vendeu a petrolífera por 1700 milhões de euros quando "todos os bancos consultados sobre qual era o valor da Galp" disseram que esta "valia mais 1000 milhões de euros": "Logo na venda o Estado perdeu, os portugueses perderam", acrescentou.
"Já começam a perceber a tramóia, o Governo, que é um grande patriota, no seu tempo anterior, vendeu um terço aos italianos, e grande patriota no Governo seguinte vende a Amorim e ao dinheiro angolano porque não quer que alguém venda aos italianos (...) estão a ver em que é que se traduz um primeiro-ministro dizer um pouco mais do que o que devia dizer", concluiu com sarcasmo.