Fim-de-semana e NIN ofereceram uma enchente a Paredes de Coura. No meio de uma bruma de nevoeiro a voz de Trent Reznor ouviu-se, mas a figura permanecia escondida nas brumas, mas por pouco tempo. Veja as fotos de Paredes de Coura <a href="http://jn.sapo.pt/blogs/festivaisdeverao/default.aspx">AQUI</a><br />
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Entraram com "Somewhat Damaged" e daí foi sempre a subir. "Terrible Lie" e "March of the pigs" deixaram a frente do palco em polvorosa. Muitos não conseguiram aguentar o ritmo e saíam pelo lado. Depois veio "Piggy" para acalmar.
A batida voltou a subir e o monte a mexer-se. Seguiu-se um interlúdio instrumental com "La Mer". E não faltou muito até o ritmo voltar a acelarar.
"The hand that feeds" e "Head like a hole" gastaram as poucas energias que ainda restavam no público depois de um concerto tão intenso. Nada falhou. Trent Reznor é um senhor em cima do palco e, se se confirmar que esta é a última tourné dos NIN, será uma pena para todos os apreciadores de boa música.
Todavia, ainda faltava o momento mais emocionante da noite. Aos primeiros acordes de "Hurt" a mosh parou e as máquinas fotográficas e os isqueiros ocuparam o céu. A plateia cantou em coro todos os versos com Reznor que, foi evidente, sentia cada palavra que cantava. E o "império de poeira" que oferecia na música foi aceite por todos.
Sem encore, meia-hora depois do fim do concerto, foi preciso os seguranças avisarem que as pessoas tinham de ir saindo, tal era a quantidade de corpos que ainda permaneciam no anfiteatro a absorver o grande espectáculo que tinham acabado de assistir. Vai ficar na memória de muitos.
Com o trabalho para trás, a média de idades subiu e o recinto do Festival de Paredes de Coura encheu-se na noite de ontem, setxa-feira, para Nine Inch Nails (NIN). Anteontem, os Franz Ferdinand partiram a loiça toda para 19 mil pessoas.
Foi notório o aumento da média de idades dos festivaleiros. Nem sempre dá para tirar uns dias de férias, mas uma boa desculpa para a tarde de sexta-feira arranja-se sempre. E, ontem, depois do almoço, muitos trocaram o fato pela t-shirt negra e rumaram a Paredes de Coura, mostrando que o rock não tem idade. As filas na bilheteira indicavam que o recinto, que teve 19 mil pessoas anteontem, ia ficar com ainda mais gente. E ficou.
Peaches entrou em palco com pose desafiadora e a bater o pé ao ritmo do bombo. Conquistados os primeiros aplausos, o electro invadiu o ar e soltou-se em força a dança. À quarta música, a americana mandou-se para o meio da plateia e já surfava deitada nos braços do público.
Antes, os Blood Red Shoes, apenas com bateria e guitarra já tinham conseguido envolver o anfiteatro do Tabuão. Batidas fortes e riffs rápidos caem sempre bem. O público não os deixava ir embora. E eles, de bom grado, ficaram um pouco mais a dar boa música à boa gente.
Ao final da tarde, a plateia já estava bem composta para ouvir os Mundo Cão que, durante 40 minutos, conseguiram preencher gradualmente a frente do palco com um rock pesado e negro.
Foram seguidos pelos Portugal, The Man que, muito 70's e instrumentais, só a espaços conseguiram provocar um bater do pé e um mexer da cabeça.
Anteontem, apesar de um bom concerto dos Supergrass, a noite foi dos Franz Ferdinand. Em duas palavras: muita energia. Correndo praticamente todos os seus êxitos, espalharam boa disposição e conseguiram pôr 19 mil a mexer.
"We came to burn this city",cantava Alex Kapranos em "This Fire" e, apesar de as chamas não terem aparecido, o mosh na frente do palco levantou muito pó.
Já perto do fim, "Take me Home" foi acolhida de braços no ar, criando uma coreografia única que só o anfiteatro natural de Coura consegue proporcionar. Terminaram com uns surpreendentes 15 minutos instrumentais que não teriam ficado mal numa rave de Manchester dos anos 80.
Antes, os Supergrass tinham dado um bom concerto, mostrando que a morte da brit pop não implicou necessariamente o fim da razão de ser da banda.