Está em curso "uma operação de fundo" para "limpar" as empresas na área dos transportes de encargos sociais e aumentar de forma "brutal" os preços, preparando a entrega "de bandeja" aos privados, denunciou Jerónimo de Sousa, esta quinta-feira à tarde, num encontro com trabalhadores do sector.
Corpo do artigo
Numa mesa montada em pleno átrio da estação de comboios do Rossio, em Lisboa, o secretário-geral do PCP falou de uma "ofensiva contra os trabalhadores" e de um agravamento nos preços para os utentes, que visam entregar ao capital privado e estrangeiro, "sobretudo francês e alemão", "um sector estratégico". Por isso, fala de uma "política de destruição".
O primeiro candidato da CDU por Lisboa saiu em defesa de empresas como a TAP, a ANA, a CP, a Carris ou a Metro. E prometeu lutar por uma política pública de transportes ao serviço das populações. O candidato insistiu em sublinhar o caso das redes suburbanas. E, no que toca à TAP, alertou que o país "perderia a sua companhia aérea de bandeira".
Aos "partidos da 'troika'", acusou de terem subscrito a "privatização de quase todo o sector de transportes". E "a ofensiva contra os trabalhadores não é por maldade. Eles querem privatizar este sector, mas, primeiro, enquanto é público, levar à destruição da contratação colectiva, à redução brutal dos salários, à destruição de postos de trabalho efectivos e dos serviços que não consideram lucrativos, com o aumento brutal dos preços para o utente", denunciou Jerónimo de Sousa.
"Não se trata de nenhuma diabolização, de mau feitio de José Sócrates, ou do ar encarquilhado de Passos Coelho, mas de uma operação de fundo em que querem limpar as empresas de encargos sociais e aumentar os preços para, depois, entregar de bandeja ao capital privado", explicou.
Do mesmo modo, o líder do PCP criticou "as nomeações partidárias por parte do PS e do PSD que leva a situações gritantes nas empresas de transportes" e a que aqueles que "não pertenciam à roda dos amigos" ficam de fora.