Nenhum texto de antecipação de um Mundial de futebol pode deixar de cumprir esta premissa: Brasil, Alemanha, Inglaterra, Itália, França e Argentina são favoritas à vitória. Este texto respeita a tradição, mas acrescenta-lhe outra equipa: a Espanha.
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Na bolsa das apostas do primeiro mundial africano estão os do costume, é verdade, mas há um consenso mais ou menos generalizado entre duas selecções: a brasileira e a espanhola. Talvez por serem as mais completas em todos os departamentos. O Brasil, então, acaba por ver esse valor colectivo levado a um tal estado que se torna penoso destacar um só craque no meio daquela contagiante escola de samba. Kaká seria o mais óbvio, mas a época apagada no Real Madrid, motivada por uma paragem prolongada, está a sair-lhe cara.
Quanto à Espanha, a dúvida (de luxo, sublinhe-se) está em saber de que forma vai carburar aquele meio-campo habitado por gente pequena e talentosa: Iniesta e Xavi. Será que os genes da Catalunha se vão adaptar ao Inverno africano? E quantos golos marcará David Villa? A isto ainda se soma o factor estatuto: há que respeitar Espanha, campeã europeia.
Africanos têm palavra a dizer
Quanto às restantes selecções, resta-nos constatar o óbvio: a Inglaterra tem jogadores de sonho e Fábio Capello. A Itália é campeã do Mundo, soma 17 presenças e venceu a prova por quatro vezes. A Argentina brilhará mais ou menos em função dos amuos de Maradona e do génio (e frescura física) de Lionel Messi. A Alemanha é sempre um general em campo. E a França, de entre os clássicos candidatos, é aquela a quem são atribuídas maiores debilidades, resultado, supostamente, da antiguidade do bilhete de identidade dos jogadores (a média de idades é de 27 anos!).
As selecções africanas presentes (Costa do Marfim, Camarões, Gana, África do Sul e Nigéria - excluímos daqui a Argélia) terão uma palavra importante a dizer, mas não é de crer que o peso da simbologia tenha reflexos no desempenho desportivo.
Quanto a Portugal, terceira equipa no ranking da FIFA, selecção que se apurou à portuguesa para o Mundial (mesmo à rasquinha), já provou ser capaz do melhor e do pior. Porém, a ausência de euforia e a prudência de Carlos Queiroz em nivelar as expectativas por baixo podem, até, contribuir para uma surpresa. Isso e Ronaldo, claro.