Um ex-autarca da freguesia de Sobreposta, em Braga, foi, este domingo, impedido de votar por ter sido "varrido" dos cadernos eleitorais.
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Em declarações à agência Lusa, Manuel Vaz Antunes afirmou estar "chocado" por não poder exercer um direito "que a lei dá a todos os cidadãos".
"Toda a vida votei aqui. Fui autarca aqui. Agora nem votar posso. O meu número de eleitor é o 525 só que não aparece no caderno eleitoral nem em lado nenhum", explicou.
Impedido de votar, Manuel Antunes afirmou ser "uma injustiça que alguém não possa exercer um direito que a lei dá a todos os cidadãos e que ninguém saiba explicar porquê".
Isto porque, disse, "na mesa ninguém soube dizer nada só que se não constava nos cadernos não podia votar e pronto".
Manuel Antunes decidiu, no entanto, não apresentar queixa.
"Para quê? Não vai adiantar nada. Hoje já não há jeito de eu votar. Estou revoltado e chocado. Não se varre assim uma pessoa dos cadernos eleitorais", disse.
PSP identifica candidato do PSD a Leiria
O candidato social-democrata à Câmara de Leiria foi identificado pela PSP "por se encontrar há muito tempo junto às mesas de voto" e o caso foi comunicado à Comissão Nacional de Eleições.
O caso teve lugar às 16.50 horas junto à sede do Agrupamento de Escolas D. Dinis, onde se encontravam instaladas as mesas de voto, e a denúncia partiu da candidatura socialista à autarquia, depois de um primeiro contacto com a CNE justificado "pela permanência durante várias horas" do cabeça-de-lista do PSD, Álvaro Madureira, naquele local.
Fonte da candidatura do PSD afirmou à Lusa que "o caso é estranho e ridículo", já que "não existe qualquer impedimento legal, tanto mais que "não existiu qualquer ostentação de símbolos ou incitamento ao voto".
Idoso agride outro
Um idoso, de 89 anos, foi identificado pela PSP, na secção de voto n.º 1 da Escola Monte da Burra, em Rio Tinto, Gondomar, por ter agredido outro reformado, de 71 anos, com um golpe de bengala, por causa de um desentendimento na fila de espera para ir votar.
O incidente, que foi considerado como uma agressão ligeira, obrigou os responsáveis da mesa de voto a chamar a PSP, para acalmar os ânimos e identificar os intervenientes. Ninguém necessitou de assistência médica .
Já este domingo de manhã, a PSP foi chamada para a EB 2/3 de Paranhos e de Costa Cabral, onde foram encontrados cartazes apelando para não votar. Os cartazes foram retirados e não foram identificados suspeitos.
Em Leça da Palmeira, Matosinhos, a polícia foi chamada para identificar três indivíduos, que estariam a menos de 50 metros da Escola da Boa Nova, onde estavam a decorrer votações, e que estariam a apelar ao voto para o Partido Socialista.
Duas testemunhas que apresentaram esta queixa às autoridades foram também identificadas. Ainda em Matosinhos, a PSP registou uma queixa do PS contra o candidato independente Guilherme Pinto, alegadamente por este se ter deslocado à Escola Secundaria Augusto Gomes, às mesas 10, 11 e 12, para cumprimentar elementos da mesa.
Assalto a Junta de Penafiel
A Junta de Freguesia de Urrô, em Penafiel foi assaltada, durante a madrugada deste domingo, aparentemente com o objetivo de furtar os boletins de voto. Mas o atual presidente, António de Sousa, tinha-os guardado em casa. Acabaram por levara alguns trocos da secretaria.
"Na véspera das eleições, acredito que tenha sido para levar os boletins. Só que tiveram azar. Sou mais fino do que eles. Tinha-os guardados em casa", explicou ao JN, o presidente da junta de Urrô.
A reforçar a ideia de que os ladrões queriam os boletins de voto, está o facto dos indivíduos terem estroncado uma janela mas que não dá acesso à secretaria. Por isso, saíram do edifício e voltaram a forçar a outra, para acabar por chegar ao local, onde supostamente estariam os boletins.
A abertura daquele local de voto acabou por atrasar cinco minutos, porque tiveram de esperar que a GNR recolhesse eventuais impressões digitais e vestígios. "Acabou por correr tudo com normalidade. As pessoas estão a votar e não se registou problemas", disse ainda António de Sousa.
Três identificados em Matosinhos
Três pessoas foram identificadas pela PSP, este domingo, em Leça da Palmeira, por alegado apelo ao voto no PS a menos de 50 metros das urnas e em Matosinhos o PS queixou-se do candidato independente, revelou fonte policial.
A informação foi dada à Lusa pelo oficial de dia ao Comando Metropolitano da PSP do Porto, de acordo com quem ambas as situações vão ser transmitidas à Direção Nacional da PSP e à Comissão Nacional de Eleições.
O primeiro caso ocorreu pelas 11,30 horas, em Leça da Palmeira, Matosinhos, com "um delegado do PSD a denunciar à polícia que três indivíduos estavam na via pública a apelar ao voto no PS", a menos de 50 metros da Escola Secundária da Boa Nova, onde decorre a votação naquela localidade.
A PSP de Leça da Palmeira "identificou os três adultos, que não ostentavam nenhum cartaz nem foram apanhados em flagrante delito", mas "apareceram duas testemunhas a confirmar que pouco antes estavam a incitar ao voto", descreveu à Lusa fonte do Comando da PSP do Porto.
Em Matosinhos "ocorreu mais uma situação", descreveu a mesma fonte, indicando que uma esquadra local recebeu a denúncia de "uma delegada do PS" relativamente "a um senhor que seria candidato independente naquele concelho".
De acordo com a PSP do Porto, a delegada socialista acusou o candidato de "ter comparecido nas três mesas de voto da Escola Secundária Augusto Gomes, em Matosinhos, para cumprimentar os responsáveis das mesas de voto".
Em Matosinhos concorrem à presidência da Câmara nas autárquicas de hoje António Parada (candidato do PS), Guilherme Pinto (atual presidente da autarquia que deixou o PS para concorrer como independente), Pedro da Vinha Costa (PSD), Manuel Maio (CDS-PP), José Pedro Rodrigues (CDU), Fernando Queiroz (BE) e Orlando Cruz (PTP).
Transporte de eleitores na Madeira
O candidato do movimento Unidos Por São Vicente apresentou, este domingo, queixa ao presidente da mesa de voto da Fajã do Penedo (Madeira) contra o condutor de uma carrinha que transporta eleitores e que é candidato do PSD.
"Apresentei queixa ao presidente da mesa de voto para posteriormente solicitar à Policia de Segurança Publica a identificação do referido condutor", disse José António Garcês à agência Lusa.
O candidato acrescentou ainda que será também apresentada queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Segundo José António Garcês, funcionário público, dissidente do PSD-M e candidato pelo movimento UPSV à presidência da Câmara Municipal de São Vicente, a autarquia cedeu uma carrinha à Casa do Povo para transporte de eleitores e o veículo está a ser conduzido por um candidato à Assembleia de Freguesia pela lista do PSD.
O líder do UPSV considera que esta situação configura "uma irregularidade" por poder proporcionar "um alegado aconselhamento às pessoas transportadas e, assim, um tratamento desigual relativamente às outras candidaturas".
Num concelho com 6.464 eleitores, José António Garcês tem como adversários a recandidatura de Jorge Romeira, pelo PSD, e as candidaturas de Conceição Pereira, pelo BE, e de Baptista Monteiro, pela CDU.
Nas eleições autárquicas de 2009, o PSD (48,78%) conquistou três mandatos e o PS (33,66%) dois.
Mais de 9,5 milhões de eleitores são hoje chamados a eleger os dirigentes de 3.399 autarquias, numas eleições autárquicas marcadas pela redução de freguesias e pela alteração dos rostos dirigentes em centenas de localidades devido à lei da limitação dos mandatos.
Ânimos exaltados em Braga
Os ânimos estiveram exaltados na freguesia urbana de S. Vicente, em Braga. As paredes da freguesia apareceram pichadas, com frases que associam o candidato socialista a um alegado caso, em investigação pela PJ, de abuso de menor.
Na mensagem é mesmo feita referência ao número do processo de investigação. O visado não quis fazer comentários, mas era claro o desconforto com que cumpria a sua função, nas urnas instaladas no Liceu Sá de Miranda.
De resto, nesta mesa de voto, os mandatários socialistas chegaram mesmo a chamar a polícia e a comunicar à CNE, por alegadamente, os membros da lista social-democrata estarem a contactar, pelo telefone, pessoas da freguesia, com base nas listagens da autarquia.
"Morto" impedido de votar
Um homem de 64 anos, residente em Faro, foi, este domingo, impedido de votar por ter sido dada baixa ao seu recenseamento na freguesia da Sé por motivo de morte, contou o próprio à Lusa.
Pedro Cabeçadas disse que, por terem havido alterações pela fusão ou extinção de algumas freguesias, esteve todo o dia de sábado a tentar confirmar o local onde votava através do envio de um SMS para o número disponibilizado pelas entidades oficiais para o efeito.
"Como não consegui, hoje decidi deslocar-me logo à Junta de Freguesia da Sé e, apesar do esforço inexcedível da funcionária, não consegui obter resposta porque o meu nome não constava dos cadernos eleitorais", lamentou.
Pedro Cabeçadas não pôde assim, pela primeira vez na sua vida, exercer o seu direito de voto, tendo posteriormente recebido uma resposta da Junta de Freguesia, que disse ter justificado a situação com o facto de "a Comissão Nacional de Eleições ter mandado uma carta e esta ter sido devolvida com a indicação que tinha falecido"
"Isto é ridículo. Mas é o país que temos. Convocam mortos para ir votar e não deixam os vivos votar porque dizem que estão mortos. É o que temos, infelizmente", criticou.
Este eleitor considerou que a situação ainda é "mais estranha porque não houve mudança de residência, de estado civil ou de qualquer outro dado pessoal" e sublinhou que votou "toda a vida em Faro, estando inscrito na Junta de Freguesia da Sé e tendo integrado já assembleias de voto".
Mas Pedro Cabeçadas ainda procurou aliviar um pouco a situação e retirar alguma coisa de positivo deste "inconveniente".
"Eu cheguei a pensar nem ir votar. Mas votei sempre e não votar é uma atitude pouco digna. Por isso decidi que tinha de ir mesmo votar, mas não sabia em quem. Assim já não tenho esse problema. Como fui impedido de votar, já tenho esse problema resolvido", brincou.
Alexandre Panda * com Lusa