<p>De manhã, a entrada na Escola Básica de Cacia, em Aveiro não passou despercebida. Primeiro, o desinfectante para as mãos, numa medida preventiva contra a Gripe A; depois, o encontro na sala de professores, já que os alunos daquela instituição ainda estão longe de poder votar.</p>
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"Anda cá ver. É o 'Frederico' Louçã", disse um aluno animado. O colega do lado, abanou a cabeça e corrigiu: "É Francisco, pá. Daquele partido do Bloco".
Deu o toque e as turmas tinham de recolher. Mas havia resistência: "Ó stor, espere lá...nós também queremos ver o político"; "Vá lá... só mais um bocadinho. Com sorte aparecemos na televisão", dizia outro. Mas o "stor" não deixou e foi tudo para a aula. Por isso, barulho só mesmo na sala de professores onde Francisco Louçã e alguns docentes conversavam sobre o Estado do ensino. "Nós somos professores, amigos, pais, psicólogos...", queixava-se uma professora. Louçã sorriu sempre e muito compreensivo lá ia distribuindo palavras de conforto, em jeito de quem pisca o olho a um eleitorado especial.
O toque de saída ainda não tinha soado, já o coordenador estava fora do recinto, saudado por alunos que, mesmo nas aulas, insistiram em dizer adeus à janela.
À tarde, continuou na saga do ensino e na Universidade de Aveiro participou num debate com estudantes universitários. Acompanhado por Miguel Portas, quis relembrar que Portugal soma 60 mil licenciados sem emprego e enalteceu as questões pertinentes que lhe foram colocadas.
"Se o Bloco defende o fim das propinas, como vai financiar o ensino superior?", questionou um dos alunos, numa plateia repleta de olhares interessados. Louçã respondeu com um sorriso e com a frase: "Com verbas do Orçamento de Estado. A Universidade não deve estar a pedir ao ministro do Ensino Superior no final do ano, o orçamento para o ano seguinte, sem saber se vai poder, chegando ao fim do ano pagar salários e subsídios", disse, realçando que apostar no ensino é um bom investimento: "Um país que vai pagar dois milhões de euros por dois submarinos para ficarem no fundo do mar à procura das pescadas, não tem nenhuma razão para dizer que não há recursos para melhor investigação científica", disse, acentuando com ironia: "Melhor investigação científica é um país melhor daqui a 20 anos. Melhor educação universitária é um país muito melhor daqui a 20 anos... dois submarinos daqui a 20 anos vão para a sucata".