O candidato do PS à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, considerou este sábado que a carta que Luís Filipe Menezes, seu adversário à Câmara pelo PSD, diz ter escrito ao ministro das Finanças, para que o Governo liberte a verba de 2,4 milhões de euros que deve à Sociedade de Reabilitação Urbana Porto Vivo, "é um caso de lamentável oportunismo e hipocrisia política".
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O socialista sublinhou a mudança "demasiado rápida" e "suspeita" do social-democrata e afirmou que Menezes "é um delegado do Governo no Porto". "Nos últimos dois anos, sustentou, "o dr. Menezes esteve sempre ao lado do Governo contra o Porto. Exemplos disso são a autonomia do Porto de Leixões, a forma como foi privatizado o Aeroporto Sá Carneiro sem garantir a sua autonomia e o corte dos apoio à Casa da Música. E mesmo sobre a Sociedade de Reabilitação Urbana, há declarações recentes do dr. Menezes a apoiar o Governo contra o Porto".
Manuel Pizarro não encontra outra razão para a mudança de Luís Filipe Menezes a não ser as eleições autárquicas.
"Por razões eleitorais, está a tentar andar a reboque disto [da polémica da SRU]", insistiu o socialista à margem da visita ao Bairro de Vilar, que considera um "modelo de habitação social". "A incoerência do dr. Menezes vai ser notada. As pessoas do Porto não são parvas e vão perceber quem são aqueles que, por razões meramente eleitoralistas, agora fingem que estão com o Porto quando até agora estiveram sempre com o Governo contra o Porto."
A dívida do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (HIRU) à SRU parece ter unidos todas as facções partidárias em torno do poder local, coligação PSD/CDS-PP, contra o poder central, também de coligação PSD/CDS.
Mas o candidato do PS esclarece o apoio. "Não fazemos confusões, não temos nada que ver com a gestão da Câmara do Porto e somos oposicionistas ao dr. Rui Rio. Mas em relação à SRU, o Governo está a menorizar o Porto e a tratar a cidade com falta de respeito. E nesse caso, nós somos solidários com a Câmara do Porto, porque somos solidários com os valores e com os interesses da cidade."
Manuel Pizarro diz não ter "dúvida nenhuma em subscrever a carta aberta" que conta já com cinquenta subscrições de personalidades da cidade e diz ter "a certeza que o Governo vai acabar por ser obrigado a reconhecer que, tendo feito um contrato coma Câmara do Porto, terá de o cumprir."