<p>Portugal e Brasil empataram, 0-0, esta tarde, em Durban. Na África do Sul, portugueses e brasileiros festejaram o apuramento para os oitavos-de-final do Mundial de 2010. Ficam agora à espera do adversário, que deve falar castelhano, da Europa ou da América do Sul.</p>
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Chile ou Espanha, apesar de a Suíça ainda ter hipóteses, devem atravessar-se no caminho de Portugal e Brasil. Os brasileiros, primeiros do Grupo G, vão defrontar os segundos classificados do Grupo H. Os portugueses, segundos, vão defrontar os primeiros do grupo H. Os jogos começam às 19.30 horas. Lá pelas 21.15 horas já deve haver novidades.
Depois do duelo em português, a selecção nacional deverá defrontar uma equipa a falar castelhano: Chile ou Espanha, o que ficar em primeiro lugar no Grupo H. A Suíça, matematicamente, também tem hipóteses de chegar ao primeiro lugar do Grupo, o mesmo é dizer, a ser adversária de Portugal. É tudo uma questão de golos, de marcar muitos golos para acertar as contas no fim.
Em Durban, uma defesa de Eduardo, já nos descontos, plena de rins e agilidade, segurou o nulo que interessava a Portugal e Brasil. Poucos esperariam um lance de perigo real para qualquer das balizas nos instantes finais do jogo, mas o certo é que o desvio, num defesa, quase acabava em golo do Brasil. O que pouco importaria às contas lusas, dado que os 3-0 com que a Costa do Marfim brindou a Coreia do Norte serviram apenas para aviar as malas de ambas as selecções.
Uma excelente segunda parte de Portugal mostrou que a equipa de Queiroz tem argumentos, no relvado, além da ambição demonstrada nas conferências de Imprensa. Depois de um primeiro tempo dominado pelo Brasil, foi em português, sem sotaque, que mais se falou no segundo tempo do jogo entre os favoritos do Grupo G.
Brasil, que mandou na primeira parte, e Portugal, que dominou a segunda, justificaram o empate no jogo e o apuramento para os oitavos-de-final.
Boa entrada de Portugal na segunda parte
Portugal entrou na segunda parte mais rápido e incisivo. Um contra-ataque de Ronaldo (48 m), travado pelo esforço de Lúcio, concedeu o primeiro canto do segundo tempo aos portugueses. O segundo canto tardou 10 minutos, mas também foi lusitano.
Entre os dois cantos, o Brasil pouco fez para se chegar à baliza de Eduardo, que só por uma vez teve de trabalhar, para segurar um cabeceamento esforçado de Luís Fabiano.
Em esforço, também, Lúcio desarmou Ronaldo e isolou Raul Meireles, mas Júlio César, com uma palmada, evitou o que parecia ser um golo certo de Portugal (60 m). O guarda-redes foi pisado pelo jogador português, na sequência do lance, e o jogo esteve parado uns minutos, para "esfriar", como se diz pelo Brasil.
A equipa de contenção montado por Queiroz para este jogo está a cumprir: com algumas dificuldades esporádicas, mormente quando o Brasil acelera, está a manter o empate que serve os interesses lusos de apuramento para os oitavos-de-final.
Ao intervalo, as estatísticas davam conta da superioridade brasileira, essencialmente a meio-campo: 63% de posse de bola e 12 remates para o Brasil, contra seis remates para a equipa das "quinas", que poucas vezes perdeu o equilíbrio durante os primeiros 45 minutos.
A primeira parte do Brasil-Portugal fica, ainda, marcada pelos sete cartões amarelos já mostrados pelo árbitro: quatro para Portugal, três para o Brasil.
No outro jogo do Grupo, a Costa do Marfim faz um remate à baliza a cada 2/3 minutos. Ao fim de 45 minutos, vencia por 2-0, mas deixou alguns golos por marcar. Os 3-0 finais revelaram-se insuficientes, ainda para mais face ao resultado do duelo entre portugueses e brasileiros.
Pepe titular e a cantar o hino de Portugal
Pepe cantou o hino nacional de Portugal nos instantes que antecederam o início do jogo com o Brasil. O jogador, nascido no Brasil mas naturalizado português, pôs fim a uma das questões levantadas nos últimos tempo sobre a postura dos "brasileiros" que vestem a camisola de Portugal.
Pepe foi uma das novidades de Carlos Queiroz para o reencontro oficial com o Brasil, 44 anos depois do Mundial de 1996, de boa memória para Portugal, e seis anos após a goleada, 6-2, sofrida pelos portugueses em Brasília.
Cristiano Ronaldo foi o jogador mais adiantado das quinas no duelo com o Brasil. Carlos Queiroz deixou os dois pontas-de-lança no banco - Liedson e Hugo Almeida - apostando numa estratégia de contenção. Portugal apenas precisava de um empate para se apurar e apenas se vencesse terminaria no primeiro lugar do Grupo G.
As novidades mais surpreendentes, contudo, residem nas entradas de Pepe e Ricardo Costa na equipa inicial, duas estreias na competição. O luso-brasileiro actuou no meio-campo e Ricardo Costa na direita da defesa.
Com o Portugal-Brasil, o estádio Moses Mabhida, em Durban, recebeu a sua primeira enchente no Mundial de Futebol. Pela primeira vez, a equipa portuguesa jogou ao Sol e com uma temperatura de 25ºC.