O Euro conhece esta quarta-feira o primeiro finalista. A Espanha tem no passado o principal trunfo. Portugal quer escrever um novo futuro. O presente joga-se logo na Ucrânia. E ninguém quer ficar fora da história...
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Portugal tem hoje (19.45 horas, SIC e SportTV) a possibilidade de conseguir a segunda presença numa final do Campeonato Europeu de futebol. No entanto, a equipa das quinas não medirá forças com um adversário qualquer. Do outro lado do campo estará o campeão mundial e europeu, uma seleção recheada de recursos, mas que, nos últimos quatro anos, nunca esteve tão acessível ao conjunto português. O "tiki-taka" da "Roja" já não tem a magia de outros tempos. As lendas também se abatem.
Se é verdade que a Espanha não perde um jogo oficial desde 16 de junho de 2010, quando saiu derrotada do embate com a Suíça no Mundial da África do Sul - já lá vão 18 jogos oficiais -, também é importante sublinhar que "nuestros hermanos" se apresentaram nesta competição sem dois jogadores influentíssimos: David Villa e Puyol, lesionados. E essas baixas, apesar das inúmeras soluções, são difíceis de colmatar.
Por isso, Portugal tem, hoje, todas as condições para bater o pé. Tem crescido de jogo para jogo, evolução que também se regista no caso de Cristiano Ronaldo. E a partida de hoje será uma soberana oportunidade para o craque do Real Madrid mostrar ao mundo futebolístico - e à Espanha especialmente... - que a Bola de Ouro só pode parar nas suas mãos.
Para isso, os gritos de "Messi! Messi! Messi!", que ontem ecoaram no hotel da equipa das quinas, em Donetsk, por gargantas espanholas, alimentadas por jornalistas do país vizinho, não o podem atemorizar. Têm de o motivar.
A seleção portuguesa necessita de um capitão maduro e Cristiano Ronaldo precisa de uma seleção ao nível da que esmagou a Holanda ou da que eliminou, de forma tão poderosa, a República Checa. Só assim poderá ser feita história. E a história ainda está a tempo de ser construída... v
medo Cristiano Ronaldo! Este nome lança o pânico entre os espanhóis, da própria seleção até aos adeptos mais famosos de "La Roja", como o tenista Rafael Nadal. "Em casa com amigos ou no estádio, amanhã estamos todos juntos. Força Portugal", avisou o craque luso no facebook.
Minutos
Perguntas
Rafael Nadal
Alvaro Arbeloa
Vicente Del Bosque
Serviço utilizado pelo enviado JN
ao Europeu 2012
Banda Larga Móvel da Vodafone
"Cristiano Ronaldo é um jogador fantástico. É um vencedor. Teremos muitos problemas se tem o seu melhor dia frente à Espanha".
"Como grande jogador que é, Cristiano Ronaldo exige que dês o melhor de ti, mental e fisicamente. Penso que vai ser um belo duelo".
"No Mundial, conseguimos parar Ronaldo graças à marcação permanente feita por vários jogadores. Agora vamos fazer o mesmo".
Meias palavras
Não foi suficientemente claro na forma como falou de eventuais benefícios à Alemanha e à Espanha. E fez questão de enviar mais uma alfinetada aos críticos. Escusado.
Um sinal para os atletas
Ao dizer que mais importante do que se estrear numa final era Portugal poder marcar presença no segundo jogo decisivo, mostrou que pensa sempre no coletivo.
Na memória recente dos duelos ibéricos surgem a vitória (1-0) espanhola no Mundial de 2010 e a goleada (4-0) portuguesa num particular em novembro de 2010. Duas realidades bem diferentes da atual.
"Que a alegria dos portugueses se possa prolongar até ao dia 1, em Kiev".
"O importante é que Portugal possa disputar a segunda final da nossa história em europeus".
"Queremos dividir o jogo com a Espanha. Eles sabem que lhes vamos causar muitos problemas".
"Queremos os melhores árbitros. Espero que ninguém fique pressionado com 'desejos'".
"Este é um momento fácil em termos motivacionais. Não há lugar a ansiedade ou a pressão".
"Devemos ter ambição e coragem de atacar, mas, ao mesmo tempo, paciência para pressionar".
Paulo Bento foi, ontem, em Donetsk aquilo que, com toda a certeza, deseja que a seleção portuguesa mostre no relvado do Donbass Arena. Mesmo perante uma plateia de quase duas centenas de jornalistas, nunca se intimidou. Nem quando lhe perguntaram se os gritos de apoio a Messi afetariam Cristiano Ronaldo ou se a equipa das quinas tinha vantagem por ter mais dois dias de descanso do que a Espanha. Discurso solto, palavras certas e expressões faciais rígidas. E sempre a responder em português. Aí está uma bela receita para Portugal conseguir a qualificação para a final de Kiev. E com toda a tranquilidade...