O Porto torna-se amanhã a segunda cidade europeia a receber o Optimus Primavera Sound, um dos mais importantes festivais europeus no segmento alternativo. São esperadas 75 mil pessoas até domingo.
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Disputado por "meio mundo", incluindo algumas das principais metrópoles europeias, o festival fundado no início do milénio como contraponto à massificação crescente dos eventos similares escolheu o Porto como primeira etapa de internacionalização.
A escolha pode ter surpreendido os observadores, mas veio premiar o que Gabi Ruiz, o catalão que criou o Primavera Sound, considera serem os inúmeros pontos de contacto entre Barcelona e a Invicta. "Apesar de ser o motor cultural do país, é uma cidade ainda não muito conhecida no estrangeiro, como acontecia com Barcelona há uns anos", afirmou ao JN.
A questão logística também pesou na escolha, porque, como relembra José Barreiro, da promotora Ritmos, "as boas comunicações aéreas entre as duas cidades permitem que grande parte das bandas possam estar uns dias depois no Porto".
Outros argumentos convenceram os promotores na opção pelo Porto em detrimento de outras cidades. A começar pelo Parque da Cidade, "um local esplêndido, superior até à zona onde se realiza em Barcelona, o Parc del Fórum", sustenta Vladimiro Feliz, vice-presidente da Câmara do Porto.
O impacto turístico do festival é inegável: dos 17 mil passes vendidos até meados do mês passado, 72% tinham destinatários estrangeiros. De então para cá, foram os portugueses a adquirir ingressos em maior número, pelo que se prevê "uma presença aproximada entre portugueses e estrangeiros", adianta o responsável organizativo Alberto Guijarro.
A continuidade do festival no Porto nos próximos anos é uma incógnita, embora, da parte dos organizadores, haja a garantia de que o "festival ficará no Porto enquanto os portuenses quiserem".
Mais do que nos números, a fama que rodeia o Primavera Sound radica mais no equilíbrio entre liberdade criativa e êxito comercial. Com 45 mil pessoas diárias, o festival em Barcelona atingiu uma dimensão que não se coloca no Porto. "Seria uma loucura atingirmos já o pico. Queremos crescer sustentadamente de ano para ano", defende José Barreiro, que situa em "30 mil" a capacidade do Parque da Cidade.
No terreno há mais de uma semana, três centenas de funcionários ultimam pormenores para que amanhã, às 18 horas, soem os primeiros acordes. Nessa altura, a equipa, incluindo voluntários e forças de segurança, será de um milhar.
Até domingo - no Parque da Cidade, sobretudo, mas também na Casa da Música e Hard Club - há 64 propostas musicais espalhadas por quatro palcos. Mais aguardadas pela público serão as atuações de Spiritualized, The xx, The Rapture, Yann Tiersen, Saint Etienne ou Suede, sobretudo depois de Björk e Explosions in the Sky terem cancelado. v