O cabeça-de-lista do PS por Santarém, Jorge Lacão, acusou hoje o social-democrata Pacheco Pereira de ter feito afirmações "lamentáveis" e "caluniosas" ao responsabilizar o primeiro-ministro pelo cancelamento do Jornal de Sexta-Feira da TVI.
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Em declarações à agência Lusa, o cabeça-de-lista do PSD por Santarém às legislativas, Pacheco Pereira, responsabilizou o primeiro-ministro pelo cancelamento do Jornal de Sexta-Feira da TVI, considerando que José Sócrates "deu a ordem" para o desaparecimento de um noticiário "incómodo para o Governo".
"Desde há dois dias que desapareceu um espaço na comunicação social incómodo para o Governo. É evidente que a responsabilidade é do primeiro-ministro e do candidato do PS José Sócrates", disse Pacheco Pereira.
Na resposta, o cabeça de lista socialista por Santarém considerou estas afirmações de Pacheco Pereira "verdadeiramente lamentáveis por se revelarem caluniosas e sem qualquer fundamento".
"Não deixa de ser uma ironia, uma triste ironia por sinal, ser Pacheco Pereira a acusar o primeiro-ministro de ingerência na comunicação social quando todos os que têm memória não podem deixar de recordar os tempos em que Pacheco Pereira, do grupo parlamentar do PSD, tudo fez, de forma aliás policiesca, para condicionar o acesso e a liberdade de circulação dos jornalistas na Assembleia da República, e em particular as televisões, na sua cobertura dos trabalhos parlamentares", referiu Jorge Lacão.
Segundo o dirigente socialista, o cabeça de lista do PSD pelo círculo de Santarém "já nos habituou a imputar aos outros os seus próprios critérios".
"Mas Pacheco Pereira tem de perceber que a contradição entre o que diz e faz é demasiado flagrante", disse.
Para Jorge Lacão, "Pacheco Pereira não pode pretender dotar-se de qualquer autoridade ético-política para julgar os comportamentos que ele próprio atribui aos outros".
"No seu caso - e isto são factos - todos também nos podemos lembrar dos mandatos para que Pacheco Pereira foi eleito, que umas vezes não levou até ao fim. Também nos lembramos da célebre situação em que, sendo deputado ao Parlamento Europeu, concorreu às eleições para a Assembleia da República, tendo sido eleito para o cargo de deputado, que depois se recusou a exercer", acrescentou.
O cabeça-de-lista do PS por Santarém, também secretário de Estado da Presidência, recorreu a um ditado popular para criticar o percurso político de Pacheco Pereira: "Bem prega Frei Tomás: ouçam o que ele diz, não olhem para o que ele faz".