O duelo com Moçambique é mesmo especial para Carlos Queiroz. Afinal, o técnico defronta a selecção do país onde nasceu (Nampula, 1 de Março de 1953) e trata-se do primeiro jogo ao leme da equipa das quinas na África do Sul, cuja selecção nacional comandou, entre 2000 e 2002.
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Nota-se que o seleccionador português se sente muito cómodo em território sul-africano. Conhece tudo e todos, sabe os terrenos onde se movimenta. Depois de ter sido despedido do comando técnico da equipa nacional sul-africana, Queiroz voltou várias vezes, tanto em férias como em trabalho, para preparar a campanha da selecção no Campeonato do Mundo.
Na África do Sul, ainda hoje se comenta a injustiça de que foi alvo, ao ser demitido da liderança técnica, depois de ter conseguido o apuramento para o Mundial de 2002. José Ferreira é português, tem 42 anos, e está radicado na África do Sul há mais de 30, desempenhando o cargo de chefe-executivo no tricampeão de futebol, o Supersport United FC. É o número dois na hierarquia e já ocupou vários cargos importantes na Liga de Clubes da África do Sul. Segue, com toda a atenção, a carreira de Queiroz. "Conheço-o muito bem. Saiu muito mal da selecção, depois de ter conseguido uma qualificação para o Mundial. É o pão nosso de cada dia no futebol. Se tivesse continuado no comando da selecção sul-africana, certamente a equipa estaria bem melhor", comenta.
Críticas ao local de estágio
Desengane-se, no entanto, quem pensa que existe alguma solidariedade nesta avaliação elogiosa às capacidades do seleccionador de Portugal. A opinião é sincera, mas José Ferreira não concorda mesmo nada com a escolha do local de estágio na África do Sul. "Magaliesburg é o pior local. Não é nada bonito e faz um frio terrível. Não há diversões".
O JN contrapõe que, às tantas, também terá sido por isso que Queiroz escolheu o Valley Lodge. "Claro, é possível, mas havia outros locais com condições idênticas, mas melhores", termina José Ferreira.
