Seis dos 16 partidos com listas por Lisboa às Legislativas de 5 de Junho uniram-se na Associação 25 de Abril para debater as respectivas ideias, queixando-se de falta de atenção e da ausência dos "grandes".
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Num encontro promovido pelo Partido Humanista (PH), representantes das mais revolucionárias às mais conservadoras forças políticas partilharam a crítica pela diferença de tratamento face aos partidos com assento parlamentar, acusando-os de fugirem ao contraditório, e aproveitaram para explicar algumas propostas, designadamente para os problemas económicos de Portugal.
"O PH entende que há pouquíssima comunicação entre as diversas forças políticas e que a Comunicação Social dá poucas oportunidades para que se conheçam e se dêem a conhecer", explicou Manuela Magno, candidata independente pelos humanistas.
Garcia Pereira, líder do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses/Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (PCTP/MRPP), mostrou-se disponível para um eventual entendimento com a "chamada Esquerda parlamentar" e considerou excessiva a cobertura mediática dos "grandes", que "estão todos os dias em casa dos portugueses".
"A solução encontrada [fórmula de debates televisivos] faz com que nenhum dos cinco partidos do Poder possa ser confrontado por algum dos partidos sem assento parlamentar. Gostava de ver Passos Coelho ou Sócrates aqui, com estas regras, a apresentar os respectivos programas de governo em dois minutos", disse o advogado.
Satisfeita com a oportunidade de debater ideias com outros partidos estava a candidata do Partido Popular Monárquico (PPM), sobretudo num "local paradigmático", defendendo ser importante "defender os ideais de Abril". "Estamos profundamente insatisfeitos com o que se passa no nosso País, com o desemprego e a crise. Acho que esse é o verdadeiro ponto comum", resumiu a monárquica Aline Gallasch Hall.
O cabeça de lista pela capital do Partido Nova Democracia (PND) lamentou a recente acção da Comissão Nacional de Eleições (CNE), que pediu ao Tribunal Constitucional a suspensão do tempo de antena daquela força política, na qual se compara o presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, a diversos ditadores.
"Cada vez mais estamos a caminho de uma democracia musculada. É difícil haver liberdade de expressão. A CNE deixou governantes andarem a fazer inaugurações eleitoralistas e não só na Madeira, permitiu debates só com alguns partidos e agora tenta censurar o tempo de antena da PND em 24 horas. É, no mínimo, esquisito", afirmou João Carvalho Fernandes.
O candidato do Portugal Pró-Vida (PPV), Miguel Lima, sublinhou estar na iniciativa para "procurar ter uma voz activa e chegar a todos os Portugueses" porque todos os partidos sem assento parlamentar são "alternativas" válidas, destacando a preocupação com o "inverno demográfico", ou seja, a "falta de pessoas para haver uma reposição geracional, com graves repercussões a nível económico".
"Une-nos a defesa da democracia. Perante a Lei, todos temos direito a participar e a aparecer na Comunicação Social", acentuou a cabeça de lista do Partido Operário de Unidade Socialista (POUS), Carmelinda Pereira.