<p>PS e PSD estão praticamente empatados quando faltam pouco mais de duas semanas para as eleições legislativas. Há apenas dois pontos percentuais de diferença: 37% para 35%. O Bloco solidifica o terceiro lugar, com 11%.</p>
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A sondagem da Universidade Católica para o JN, DN, Antena 1 e RTP permite antever uma campanha eleitoral decisiva. Os socialistas e os sociais-democratas estão muito próximos nas intenções de voto. De tal maneira que a diferença (dois pontos percentuais) é inferior à margem de erro da amostra (2,7%). Ou seja, regista-se o que normalmente se designa como um "empate técnico".
Para esta aproximação contribuiu, sobretudo, a queda do PS. Relativamente à última sondagem da Universidade Católica, os socialistas baixam de 41% para 37%. Sendo que a recolha de intenções de voto foi efectuada entre 4 e 8 de Setembro, em pleno vendaval gerado pelo fim do Jornal Nacional de Manuela Moura Guedes, na TVI. O PSD, por sua vez, sobe um escasso ponto entre as sondagens de Abril e Setembro. No entanto, se a análise se alargar a Dezembro de 2008, data de outra sondagem, a subida dos sociais-democratas já soma cinco pontos percentuais.
Uma pergunta que fica sem resposta é se as três semanas que faltam para as eleições serão suficientes para que o PSD suba o último degrau. Se isso depender da avaliação que os inquiridos fazem de Manuela Ferreira Leite e José Sócrates, este manter-se-á no topo. É ele quem tem melhores resultados quando é descrito como "um líder forte": 63% de respostas positivas contra apenas 37% para Ferreira Leite. Vence igualmente quando se diz que "tem o que é preciso para ser um bom primeiro-ministro": 48% de respostas positivas para Sócrates, 32% para Ferreira Leite.
A líder do PSD só tem mais respostas positivas quando se diz que "é uma pessoa séria e em quem se pode confiar": 53%, contra 37% de Sócrates. Resumindo, para muitos eleitores a seriedade não é condição essencial na escolha de um primeiro-ministro.
Outra conclusão que se pode retirar da sondagem é que o PS, mesmo vencendo as eleições de 27 de Setembro, terá dificuldade em negociar uma maioria parlamentar com apenas um dos partidos mais pequenos (o cenário de maioria absoluta está afastado). É cada vez mais provável que o PS precise, em simultâneo, do apoio dos dois partidos à sua esquerda (somam 20% dos votos). O apoio solitário do PP não será suficiente. A alternativa é o Bloco Central, que por enquanto todos rejeitam.
Observando as intenções de voto mais à esquerda, é o BE que consolida a sua posição, aparecendo com um resultado de 11%, relativamente destacado da CDU, com 8%. Note-se, no entanto, que face à sondagem de Abril passado, os bloquistas perdem um ponto percentual para os comunistas.
A par da queda do PS, a mudança mais expressiva nas intenções de voto beneficia o PP, que sobe de 2% para 6%. O problema dos populares é que a subida, a confirmar-se, não será suficiente para que se transforme no fiel da balança. O nivelamento por baixo entre o PS e o PSD não permitirá a Paulo Portas conquistar esse estatuto. Nem sairá da cauda do pelotão dos partidos com representação parlamentar.
FICHA TÉCNICA
Esta sondagem foi realizada pelo Centro de Sondagens e Estudos de Opinião da Universidade Católica (CESOP) para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias entre os dias 4 e 8 de Setembro de 2009. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos, recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram seleccionadas aleatoriamente dezanove freguesias do país, tendo em conta a distribuição da população recenseada eleitoralmente por regiões NUT II (2001) e por freguesias com mais e menos de 3200 recenseados. A selecção aleatória das freguesias foi sistematicamente repetida até que os resultados eleitorais das eleições legislativas de 2002 e 2005 e europeias de 2009 nesse conjunto de freguesias, ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma, estivessem a menos de 1% dos resultados nacionais dos cinco maiores partidos. Os domicílios em cada freguesia foram seleccionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o mais recente aniversariante recenseado eleitoralmente na freguesia. Foram obtidos 1281 inquéritos válidos, sendo que 52% dos inquiridos eram do sexo feminino, 39% da Região Norte, 17% do Centro, 34% de Lisboa e Vale do Tejo, 5% do Alentejo e 4% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população com 18 ou mais anos, residente no Continente, por sexo (2007) e escalões etários (2007), na base dos dados do INE, e por região e habitat na base dos dados do recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 61%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1281 inquiridos é de 2,7%, com um nível de confiança de 95%