<p>No último dia do festival minhoto, as forças não eram muitas e foi preciso o inglês Jarvis Cocker subir ao palco para levantar o público do relvado de Paredes de Coura. Mas foram os The Hives que os conseguiram pôr a mexer. Veja as fotos de Paredes de Coura <a href="http://jn.sapo.pt/blogs/festivaisdeverao/default.aspx">AQUI</a></p>
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Depois de, na véspera, a enérgica Peaches e os demolidores Nine Inch Nails terem dado concertos memoráveis, as forças escasseavam no último dia do "Paredes de Coura". E notou-se que o monte estava mais calmo e com menos gente. A energia parecia estar guardada para o último concerto.
The Hives entraram em palco com os seus riffs rápidos e batida acelarada. Os berros agudos de Pelle Almqvist encheram o ar e os muitos jovens que ansiosamente os aguardavam acusaram o toque e puseram-se a mexer.
Main Offender causou a primeira grande ovação e os corpos começaram a voar pelo ar. Perto das grades, os seguranças, com algum excesso de violência, puxavam os jovens para o chão do fosso em vez de os amparar.
Em "Walk Idiot Walk", o caos instalou-se na plateia com os corpos a saltarem e as cabeças e braços a subir e a descer. Bem preparados, os suecos "picaram" o público português perguntando se preferiam que eles falassem em espanhol. A resposta foi evidente: não!. E Pelle falou em sueco. Mas só por um momento.
Sempre com o habitual "ladies", berros femininos, e "gentleman", urros masculinos, foi aquecendo a multidão. Do meio da plateia para trás via-se mais do que se dançava. Mas, à frente, tudo se mexia.
"Tick, Tick Boom" marcou o início do fim com o público sem dar sinais de querer parar. Terminaram o concerto com "Return The Favour", repetindo por três vezes o refrão final de "oh, ah". Uma hora e um quarto de espectáculo que esgotou as energias dos festivaleiros.
Às 23 horas, a estrela Jarvis Cocker entrou em palco a explicar a coreografia para a primeira música e, finalmente, o monte dava sinais de querer acordar. E o ex-vocalista dos Pulp, à segunda música, "Angela", já tinha grande parte da plateia a bater palmas e a dançar.
Com a sua voz rouca e quente, entrou várias vezes em diálogo com a audiência. Ou melhor, ele falava e os outros reagiam. Num registo muito "storytelling" e perto do crooney, cantou boas histórias e deu um bom espectáculo em Paredes de Coura. Mas, cansado de três dias de concertos, o público queria mais ritmo.
Ontem, o dia tinha começado chuvoso e incerto. Os Foge Foge Bandido subiram ao palco com as nuvens ainda a pairar em cima de Paredes de Coura, mas, para contentamento dos festivaleiros, as fortes chuvas do final da noite de sexta-feira não se voltaram a repetir.
Manuel Cruz e respectiva banda tinham alguns milhares de pessoas no palco principal para ver como resultava ao vivo o projecto. E portaram-se bem. Com uma grande parafernália em cima do palco e instrumentos incomuns, os Foge Foge Bandido percorreram alguns dos principais temas de "Não fui eu que estraguei" e "O amor dá-me tesão".
À frente do palco, muitos fãs cantavam de cor as letras. Atrás, a plateia permanecia sentada. As músicas são boas e engraçadas. Mas a multidão preferiu ficar mais observante do que participante.
Os Right Ons entraram com um rock clássico e pouco inovador. Foi preciso atirarem várias dezenas de mini-maracas para o público os acompanhar no ritmo. Os Howling Bells também tiveram algumas dificuldades em cativar a multidão. Era o último dia do festival e depois de tão intensos concertos nos dias anteriores, era necessário poupar as forças para fechar em grande com The Hives.
Na noite de sexta-feira, os festivaleiros gastaram muitas energias. Nine Inch Nails fecharam a noite com um concerto brutal e Peaches foi igual a si própria.
A canadiana mostrou que, apesar de já ser quarentona, ainda tem muita força nas pernas. Sempre de pose desafiadora, à quarta música, já estava a cantar deitada nos braços do público. Com o seu som electro e versos eróticos e provocatórios contagiou a multidão.
Depois de Nine Inch Nails, muitos permaneceram no recinto e desafiaram a chuva intensa para ficar a ouvir e a dançar ao som Kap Bambino no palco After- Hours.