Os Faith No More eram a banda mais esperada da 13ª edição do Sudoeste, e não defraudaram as expectativas dos fãs que vieram apenas para os ver.
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Entraram em palco com “Reunited”, vestidos de fato, tal como a solenidade da ocasião exigia.
Mike Patton, o vocalista, de bengala em punho, depressa a abandonou e trocou por um megafone, onde soltou toda a energia que parece ter estado contida demasiado tempo. Contudo, a idade não passou por ele.
Depois de onze anos de interregno, a banda norte-americana voltou e provou que deixou uma marca indelével no panorama musical.
Clássicos como “Easy”, “Midlife Crisis” ou “Joke” foram algumas das músicas que o Sudoeste entoou em coro. Patton mostrou toda a versatilidade vocal que o caracteriza, e ainda teve tempo para cantar uma música em português “dedicada” a Cristiano Ronaldo.
No público, apenas uma queixa para a organização: a relva que, nesta altura, já se transformou em pó, e fez da frente de palco um lugar praticamente irrespirável.
Para as bandas que actuaram antes, isso não poderia ter sido mais vantajoso : viram-se a actuar perante uma multidão, o que, de outra forma, dificilmente aconteceria.
Enquanto o momento mais aguardado da noite não chegava, e muitos ainda se entretinham a circular pelo recinto, actuaram os australianos Jet.
A música deste grupo tornou-se conhecida entre nós pelo single "Are you gonna be my girl", do seu primeiro disco ,"Get Born", de 2003. A banda dos irmãos Nic e Chris Cester entrou em palco munida de um rock bem construído e contagiante, e apresentou "She's a genius" e "K.I.A (Killed in Action)", dois singles de "Shaka Rock", o terceiro disco da banda pronto para sair no dia 25 deste mês.
A abrir o palco principal do Sudoeste estiveram duas bandas portuenses: os X-Wife e Blind Zero. Os X-Wife foram os primeiros a actuar, com um rock de matizes electrónicas que entusiasmou quem se encontrava no recinto. Esta foi a segunda vez que tocaram na Zambujeira. Como João Vieira, o vocalista, referiu, a banda tinha actuado, em 2006, no palco Planeta Sudoeste, tendo, este ano, como missão abrir o palco principal. Alguns pés a bater ritmadamente no chão e uns refrões que se sabiam de cor, mostraram que, nos dias de hoje, este é o lugar dos X-Wife.
Com uma surpreendente pujança rock&roll, entraram depois os Blind Zero. Num palco vestido com um letreiro luminoso e a reprodução de uma roda gigante, imagem de Luna Park, o novo disco, com edição prevista para Setembro, a banda deu a conhecer aos festivaleiros "Slow Time Love", o single de avanço do novo trabalho. Miguel Guedes, o vocalista, aproveitou ainda para evocar o imaginário musical comum, ao cantar "Where is my mind", dos Pixies, e "Enjoy the Silence", dos Depeche Mode.
O Festival Sudoeste despede-se hoje. Os últimos acordes ficarão por conta de Lily Allen e Basement Jaxx.