Os Kings of Leon encerraram o palco principal no último dia de Optimus Alive, com casa cheia para assistir ao regresso dos manos Followill. "Sex on fire", êxito que trouxe milhares ao Passeio Marítimo de Algés, foi a última canção a ouvir-se no palco nobre do Alive.
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"The Bucket", um dos sucessos retirados do segundo disco do quarteto formado pelos três irmãos e pelo primo Followill, foi o escolhido para dar início a pouco mais de uma hora de concerto. Junto às grades que separam o público do palco, miúdos munidos de telemóveis gravavam cada passo dado pelo grupo. Seguiu-se "Radioactive", do último disco, que dava o mote a um alinhamento que percorreu os cinco trabalhos da banda.
O rock fácil e orelhudo dos americanos parece ter atraído uma geração mais jovem a Algés, mas faltou algum fôlego para pôr milhares a mexer. O público deu o benefício da dúvida em canções como "Closer", mas cedo se deixou enredar pela monotonia do espetáculo. Só mais perto do final, com "Four Kicks" e "Molly's Chambers", o grupo voltou a entusiasmar os presentes.
As interrupções entre cada canção quebravam o ritmo dos distraídos, que a meio do espetáculo se mostravam mais preocupados com as cervejas, as fotos ou com os cds à venda no recinto. Quando a banda improvisava solos de guitarra em palco, o público entoava "Sex on Fire" em antecipação, reflexo daquilo que muitos tinham vindo ouvir.
A banda pratica um rock competente, mas não consegue surpreender. O público não conhece muitas das canções mais antigas e espera ansiosamente os dois grandes êxitos: "Use somebody" e "Sex on fire".
"Use Somebody" é a primeira a ouvir-se. "E a 'Sex on fire'?", perguntava um grupo de fãs. Estaria reservada para o final do encore, depois de "Knocked up" e "Black thumbnail". Quando chega, finalmente, a multidão entoa em uníssono o tão aguardado refrão.
Ainda o baterista oferecia as baquetas ao público e já milhares viravam costas e saiam do recinto em debandada.
Quando soaram os primeiros acordes de Kings of Leon, os Alt-J reinavam no palco Heineken. Depois de provarem aquilo de que são capazes numa sala fechada - atuaram em dezembro na sala do Tivoli -, o quarteto inglês mostrou que as suas canções também se adaptam aos registo de festival ao ar livre. No Mexefest esgotaram a sala - e deixaram muitos fãs desolados do lado de fora - , mas aqui conseguiram receber todos os que os quiseram ver.
A belíssima "Breezeblocks" foi das últimas canções apresentadas pela banda. "Esta é a canção da minha vida", dizia uma fã, enquanto todos desfrutavam de mais uma passagem do grupo por Portugal.
Perto da meia-noite, os Band of Horses subiram ao palco Heineken, que ia recebendo os que desistiam de assistir aos cabeças-de-cartaz do palco principal. Na primeira fila, os fãs faziam questão de mostrar à banda de Seattle que estavam ali por adoração e não por falta de alternativa.
"Is There a Ghost", "No One's Gonna Love You", "Laredo" e"Funeral" foram alguns dos sucessos ouvidos esta noite, e que tiveram grande impacto junto dos fãs. O vocalista, de chapéu à camionista, parecia satisfeito com tal recepção. Depois de uma atuação menos conseguida na Aula Magna em 2011, a banda redimiu-se nesta passagem pelo Alive.