Num dos cantos do recinto, no lado esquerdo do palco principal, existe um ringue de Wrestling, aquela espécie de luta livre em palhaçada que muito sucesso faz nos Estados Unidos.
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O JN esteve lá e viu um rapaz de camisa branca e laço – era o árbitro, pensamos. “Não sou árbitro, sou Mestre de Cerimónias”, disse Tiago Crispim. Tentamos perceber que raio se passava naquele ringue.
Wrestling, ali, a que propósito? O rapaz respondeu: esteve três minutos a debitar um paleio qualquer sobre um tarifário de telemóveis “que é o único que não vos vai à carteira” até que lá nos explicou que os lutadores são oriundos do Centro Shotokai de Queluz e que estão ali para ensinar ao povo as técnicas e as manhas do assunto. “É na boa e ninguém se magoa”, asseverou.
Não sem demoras, um jovem com cerca de 20 anos oferece-se como voluntário, descalça-se, enfia joelheiras e entra em cena rodeado por três ou quatro espécies de tarzans reluzentes.
Durante cerca de sete minutos repete exaustivamente aquilo que um outro lhe ensina; basicamente ficou ali a mandar-se para o ar e a cair, com estrondo, com os costados no chão, uma vintena de vezes – e parecia feliz. “O chão tem pano, depois espuma e depois contraplacado”, explicou-nos o Tiago Crispim.
O voluntário, entretanto, entregava-se a outra manobra, um dos instrutores a dobrar-lhe as pernas, outro ao lado a fazer alarido ameaçador. Depois desataram à porrada.
Perguntamos ao Crispim se aquilo era a sério ou a fingir. “Não te posso dizer”, respondeu-nos, enigmático.