A China acusou os Estados Unidos de "desinformação", depois de a imprensa norte-americana ter avançado que Moscovo pediu ajuda militar e económica a Pequim, em resposta às sanções ocidentais contra a guerra na Ucrânia. A Rússia também negou ter feito tal pedido.
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"É completamente falso, é pura desinformação. A China declarou clara e consistentemente a sua posição sobre a crise na Ucrânia. Desempenhamos um papel construtivo e avaliamos a situação de forma imparcial e independente", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, em conferência de imprensa. "Denegrir a posição da China não é aceitável", acrescentou.
Segundo funcionários norte-americanos, citados pela CNN e pelo "The New York Times" (NYT), a China pode já ter dado uma resposta. Se Pequim prestar assistência, isso poderia mudar a "posição das forças" no terreno e contrabalançar as duras sanções impostas à economia russa pelo Ocidente.
O NYT observou que Moscovo também pediu à China apoio económico adicional, para ajudar a compensar o golpe na economia russa aplicado pelas duras sanções impostas pelos Estados Unidos e países europeus e asiáticos.
A Rússia também já negou ter pedido ajuda militar e económica à China. Questionado sobre essas notícias na sua habitual conferência de imprensa diária, o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, negou qualquer pedido de ajuda. "Não", respondeu Peskov quando um jornalista lhe perguntou se as notícias eram verdadeiras, segundo a agência espanhola Efe.
"Diferentes jornais escreveram isso. Os jornais escrevem agora muito, pelo que não se deve tomar isto como fonte primária", acrescentou Peskov, citado pela agência oficial russa TASS.
A China evitou, até à data, condenar as ações russas na Ucrânia, que não descreveu como uma "invasão". Pequim insiste tanto no "respeito pela integridade territorial de todos os países", como na atenção que deve ser dada às "legítimas preocupações com a segurança" da Rússia.
Porta-vozes chineses também reiteraram que a China se opõe a sanções unilaterais porque "não trazem paz e segurança", mas sim "sérias dificuldades económicas" para "os habitantes dos países afetados".
A China e a Rússia "sempre mantiveram uma cooperação sólida no campo da energia" e "vão continuar a realizar uma cooperação comercial que inclui gás e petróleo", explicou Zhao Lijian, acrescentando que as trocas ocorrerão num espírito de "respeito e benefício mútuos".
Representantes dos governos dos Estados Unidos e da China vão reunir esta segunda-feira, em Roma, para discutir o impacto da invasão russa da Ucrânia na segurança da Europa e do mundo.
A delegação dos EUA vai ser liderada pelo conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan. A delegação chinesa é encabeçada por Yang Jiechi, diretor do Gabinete da Comissão dos Negócios Estrangeiros do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC).