Pelo menos 11 soldados ucranianos foram mortos desde quarta-feira no leste separatista da Ucrânia durante confrontos com os rebeldes pró-russos, e três na explosão de uma mina, anunciou hoje um porta-voz militar.
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Esta nova vaga de violência surge após o anúncio unilateral de terça-feira, emitido por um dirigente separatista, sobre a criação de um novo Estado na Ucrânia, denunciado por Kiev ao considerar que este plano compromete os acordos de paz de Minsk.
Só hoje, nove soldados ucranianos foram mortos e outros dois feridos durante confrontos em torno do bastião rebeldes de Donetsk, anunciou um porta-voz do exército ucraniano.
Em comunicado, o exército anunciou na quarta-feira a morte de dois outros soldados em bombardeamentos registados 40 quilómetros a norte de Donetsk.
A agência noticiosa dos rebeldes anunciou por seu turno que três civis ficaram feridos na sequência de bombardeamentos com armas pesadas.
Na terça-feira, o dirigente da "república" rebelde de Donetsk (DNR), Alexandre Zakhartchenko, anunciou a criação do Estado da "Malorossia" (Pequena Rússia), um termo que na época czarista designava os territórios que correspondem no geral à Ucrânia moderna.
A "Malorossia" englobaria a atual Ucrânia à exceção da Crimeia, anexada em março de 2014 pela Rússia, e a sua capital seria Donetsk. Mas este plano, que já foi denunciado por outros dirigentes separatistas, não tem qualquer hipótese de ser concretizado, assinala a agência noticiosa France-Presse (AFP).
Kiev afirmou que este anúncio se destinava a "bloquear o processo de negociações", como assinalou o enviado de Kiev para as conversações de paz com os rebeldes, Evgueni Martchouk.
O conflito entre o exército ucraniano e os rebeldes separatistas, segundo Kiev e os ocidentais apoiados militarmente por Moscovo, já provocou mais de 10.000 mortos em três anos.
Apesar da assinatura dos acordos de Minsk em fevereiro de 2015, continuam a ocorrer com regularidade incidentes armados entre as dduas partes na linha da frente.