O balanço de mortos no atentado com uma viatura armadilhada ocorrido esta quinta-feira, no centro de Damasco, Síria, é já de 53 e mais de 200 pessoas ficaram feridas, de acordo com as informações divulgadas pela televisão síria.
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A explosão aconteceu na praça Shahbandar, no bairro Al Mazra, próximo da sede do partido governamental Baas, de uma escola e de uma paragem de autocarros, informaram fontes oficiais.
Muitos feridos estão em estado grave, podendo assim aumentar o número de mortos nas próximas horas, segundo as mesmas fontes.
Entre os feridos estão estudantes e outros civis que se encontravam nesta zona, que é densamente povoada, no momento da explosão.
O secretário-geral da Frente Democrática para a Libertação da Palestina, Nayef Hawatmeh, que apoia o governo sírio, sofreu ferimentos leves, de acordo com fontes da organização palestina.
A explosão da viatura armadilhada provocou ainda muitos danos materiais e dezenas de veículos que estavam nas proximidades acabaram queimados.
A agência de notícias oficial Sana atribuiu a ação a grupos "terroristas", expressão utilizada pelas autoridades sírias para designar os rebeldes que combatem o regime do Presidente Bashar Al-Assad.
Três horas após este atentado, duas granadas de morteiro atingiram o estado-maior sírio, no centro de Damasco, sem causar vítimas.
O edifício estava em remodelação, depois de ter sido objeto de dois ataques em setembro do ano passado.
Nos subúrbios de Damasco, em Barze, explodiram dois veículos armadilhados perto de dois postos dos serviços de segurança, mas desconhece-se se existem vítimas, divulgou o comunicado do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Nos últimos meses, vários atentados mortíferos foram registados na capital síria, visando nomeadamente os edifícios governamentais, dos serviços secretos ou da segurança. Vários foram reivindicados pelos rebeldes islamitas.
O último atentado com veículo armadilhado em Damasco ocorreu a 4 de janeiro, quando 11 pessoas foram mortas num bairro, na zona norte da capital.
A Síria vive uma guerra civil, na sequência da militarização do movimento de contestação violentamente reprimido pelo regime desde o início, em março de 2011.
Os combates opõem soldados a desertores, ajudados por civis armados, mas também fundamentalistas islâmicos vindos do estrangeiro.
O conflito já causou mais de 70 mil mortos e 4 milhões de pessoas a necessitar de ajuda humanitária, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).