Luxemburgueses e portugueses são dos que mais recorrem às ajudas da Stëmm vun der Strooss (A Voz da Rua, em português), uma associação que luta pela defesa dos interesses das camadas sociais mais carenciadas ou em risco de exclusão. Ana Cristina é portuguesa e uma das presenças habituais da cantina da sede, na rue de la Fonderie, na capital.
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A portuguesa Ana Cristina é presença habitual da cantina da sede da associação luxemburguesa. Quase a completar 40 anos, encontra-se desempregada há três. Trabalhava numa coudelaria, um trabalho que a satisfazia, garante: "Gostava muito de trabalhar com os cavalinhos, mas acabaram por me despedir".
Na fila onde espera a sua provável única refeição do dia reina um silêncio envergonhado entre as pessoas. Cabisbaixa, lembra: "Sem emprego nem papéis, é difícil viver assim. Alguns amigos ainda vão ajudando como podem, outros nem por isso. Gostava de voltar a trabalhar e refazer a minha vida, mas as coisas estão complicadas e agora estou sob a alçada de uma assistente social". Sem casa e sem documentos, a portuguesa, nascida no Luxemburgo, caiu numa espiral da qual não é fácil sair.
Os cidadãos do Grão-Ducado, com 24%, e os portugueses, com 23% do total de inscritos, lideram a lista das nacionalidades de pessoas que recorrem aos serviços da Stëmm vun der Strooss. Em qualquer dos seus cinco locais - dois na capital, dois em Esch-sur-Alzette e um em Schoenfelds -, os mais necessitados podem usufruir de um atendimento personalizado. São-lhes proporcionados serviços sociais, refeições, inserção laboral, duches e serviços de higiene, bem como alojamento e roupa.
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